‘Sou médico, não juiz’, diz Drauzio sobre condenação da detenta Suzy


Por Isabela Palma

“Há mais de 30 anos, frequento presídios, onde trato da saúde de detentos e detentas. Em todos os lugares que pratico a Medicina, seja no meu consultório ou nas penitenciárias, não pergunto sobre o que meus pacientes possam ter feito de errado”, inicia a nota de esclarecimento publicada ontem, 8, pelo médico e jornalista, Dr. Drauzio Varella.

A nota foi divulgada em suas redes sociais, em referência à reportagem veiculada no dia 1º de março no programa Fantástico, em que abraçou a detenta trans Suzy Oliveira, gerando comoção nos telespectadores.

A reportagem tinha como assunto a situação de mulheres trans que cumprem suas penas em meio a presos homens, o que acarreta uma série de problemas. 

No fim de semana, o deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP) compartilhou documentos judiciais alegando que Suzy teria sido condenada pelo estupro e homicídio de uma criança de nove anos de idade. A postagem gerou revolta nas redes sociais e críticas à Varella.

Em seu esclarecimento, o médico afirma não estar em posição de julgar os delitos de seus pacientes. “Sigo essa conduta para que meu julgamento pessoal não me impeça de cumprir o juramento que fiz ao me tornar médico. No meu trabalho na televisão, sigo os mesmos princípios. No caso da reportagem veiculada pelo Fantástico na semana passada (1º/3), não perguntei nada a respeito dos delitos cometidos pelas entrevistadas. Sou médico, não juiz”, lê-se na nota.

Há décadas o médico presta serviços voluntários em penitenciárias pelo país, emocionando com suas abordagens sensíveis. A sua ação de maior destaque foi retratada no livro Estação Carandiru, onde realizava atendimentos de saúde e prevenção da AIDS na Casa de Detenção Carandiru, nos anos 90.

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