Decisão da Prefeitura pega mal e acumula críticas nas redes sociais


Por Luciana Peña/CBN Maringá

Era para ser um momento de alegria para toda a cidade. O encerramento da Paraná Running 2019, com a etapa Pop. Durante meses, a organização cuidou de todos os detalhes. Documentos exigidos foram entregues dentro dos prazos legais. O percurso foi liberado pela Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) e anunciado aos competidores. Mas na última hora, às vésperas da prova, a Prefeitura de Maringá indeferiu o alvará para a corrida.

A primeira justificativa dada aos organizadores foi a de que a Semob não tinha efetivo suficiente para acompanhar a prova por causa do Maringá Encantada. Extra-oficialmente, os organizadores se propuseram a contratar equipe particular.

A prefeitura só precisava disponibilizar um agente da Semob para dar as ordens. E a corrida nem passaria perto do centro da cidade onde estão concentradas as atrações do Maringá Encantada. Daí veio outra justificativa. Essa enviada à toda a imprensa: os organizadores não teriam entregue os documentos exigidos dentro dos prazos legais.

Uma justificativa facilmente contestada pelos documentos disponíveis no sistema online de alvarás da própria prefeitura.

Um dos organizadores da corrida, o diretor da VQV Eventos, Michel Tamura, diz que mais do que o prejuízo financeiro causado aos organizadores e atletas, a não realização da prova é um prejuízo para a cidade.

“O prejuízo em crédito que isso gera ao nosso município é grande. Trata-se de uma prova já tradicional em Maringá, que acontece há 5 anos, e pela primeira vez, ela é cancelada. O mais triste é a forma como o cancelamento se deu, às vésperas do evento”, declarou.

Ainda conforme o diretor, o fato da anulação da prova ter se dado na véspera da corrida impediu que os competidores fossem avisados com antecedência, há tempo de se planejarem. “O cancelamento em cima da hora não nos deu nem a oportunidade de avisar os atletas e equipes de corrida, que se mobilizaram em prol do evento”.

“É importante frisar que um evento esportivo não é algo de consumo por impulso. Os atletas se preparam para isso durante meses, alguns compraram o combo de todas as etapas e estão se preparando desde a primeira para conseguir correr conosco nesta etapa da Paraná Running”, destacou Tamura.

Para os atletas restou a frustração, o desencanto com a cidade que preza tanto a qualidade de vida. Bruna Gusmão veio dos Estados Unidos com cinco colegas para correr a Paraná Running.

“Eu e mais cinco, todos bombeiros dos Estados Unidos ficamos sabendo desta corrida. A gente já viria para passear e visitar a família e se programpou para a corrida. (…) No sábado, no dia da corrida, é que ficamos sabendo que ela foi cancelada. Foi bem chato porque eu tive que explicar para eles que a prefeituira indeferiu. Eles perguntaram: ‘nossa, mas em cima da hora?'”, relatou Bruna.

“E daí ficou chato porque transparece, para eles que vieram de outro país, que houve uma falta de organização. Fica uma imagem chata, pois eu estava em empolgada e explicando para eles que a corrida é muito forte em Maringá”, acrescentou.

Nas redes sociais, a reação foi muito negativa para a prefeitura. Na página da Prefeitura de Maringá, no Facebook, os comentários na postagem da nota oficial foram no mesmo tom: um seguidor escreveu: “que mancada prefeitura, bola fora hein… Se fosse para proibir devia ter feito isso antes e não em cima da hora.” Outro comentou: “É dever da prefeitura avaliar todos os critérios para liberar ou não um evento… Mas informar na véspera? Decisão lamentável”.

Os internautas pediam que a Prefeitura não excluísse os comentários, mas no domingo (1º) a postagem foi apagada.

A assessoria de imprensa da prefeitura diz que foi apagada “inadvertidamente”. E que ninguém vai falar sobre o assunto. Continua valendo a nota, essa que foi apagada da página oficial da prefeitura no Facebook. 

Veja mais comentários na página da Prefeitura no Facebook.

Após apagar a postagem, a página oficial do prefeito Ulisses Maia começou a responder, individualmente e em mensagens privadas, os internautas que criticaram a atitude da prefeitura. O texto da resposta é confuso e mais uma vez falta com a verdade, sugerindo que o evento não atendeu as exigências da prefeitura.

O Maringá e Região Convention e Visitors Bureau emitiu uma nota sobre o ocorrido. A entidade, que representa 130 empresas ligadas ao trade turístico e de eventos, lamentou a decisão da prefeitura e prestou solidariedade aos inscritos na prova. 

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