Paranaense Camila Stefaniu conquista ouro, prata e bronze no NAPC


Por Chrystian Iglecias

A paranaense Camila Stefaniu, grande nome feminino do parkour no Brasil, segue fazendo bonito em competições internacionais. Neste domingo (18), a procopense conquistou nada mais, nada menos do que três medalhas no North American Parkour Championship (NAPC), disputado em Vancouver, no Canadá. Nesta que é uma das principais competições da modalidade, Camilinha, de apenas 16 anos, conquistou um ouro, uma prata e um bronze.

Única garota latinoamericana a conquistar pódios internacionais, Camila Stefaniu se classificou, no sábado (17), para as três finais do campeonato, nas categorias speed (velocidade), skill (habilidade) e style (estilo). Na primeira, as atletas precisam buscar o menor tempo possível para completar o percurso. Na segunda, precisa-se ultrapassar o máximo de obstáculos, com um determinado tempo que não pode “estourar”. E na terceira, são levados em conta critérios como acrobacias, diculdade, execução, fluidez e criatividade.

Camilinha não estava satisfeita em chegar até as finais. No speed, a paranaense conquistou a medalha de ouro, e publicou um vídeo com sua corrida contra o tempo.

Nas categorias skill e style, Camila conseguiu a prata e o bronze, respectivamente. Agora, ela segue para a disputa do Aurora Games, um evento que conta com variadas modalidades e onde só participam mulheres. Além do parkour, que será parte do torneio de ginástica, estarão presentes o basquete, tênis, hóquei no gelo, skate, vôlei de praia e tênis de mesa. 

Camila Stefaniu foi uma das duas atletas escolhidas para representar as Américas, que disputarão contra o “resto do mundo”. A competição será transmitida pela ESPN-U, canal à cabo estadunidense e que pertence à ESPN Inc (Walt Disney Comapny e Hearst Communications). O Aurora Games será realizada em Albany, capital do estado de Nova York, entre hoje (20) e domingo (25). Camilinha estreia nesta quarta-feira (21).

Confira trechos da entrevista que o portal GMC Online fez com Camilinha no mês passado

(GMC): O Aurora Games, em Nova York, é a competição mais importante da sua carreira?

(Camila): Sim. Em relação a transmissão de TV, de reconhecimento do público, eu nunca disputei um campeonato desta relevância.

(GMC): Você projeta viver do parkour?

(Camila): Vai ser muito trabalhoso, mas eu vou buscar maneiras de viver do esporte. No entanto, isso acaba dependendo de diversos fatores, inclusive de patrocinadores e do progresso do parkour como esporte no mundo. Além disso eu pretendo cursar uma universidade futuramente, mas ainda não sei definir com certeza que curso gostaria de adentrar. Porém no momento meu foco de trabalho está totalmente voltado para o parkour, já que é isso que quero viver pelos próximos anos.

(GMC): Você se considera a melhor atleta brasileira do seu esporte?

(Camila): Fui a primeira atleta profissional de parkour do Brasil e atualmente sou a única atleta que compete internacionalmente. É bem complexo analisar um “melhor” dentro do parkour, por conta da liberdade que ele te dá pro desenvolvimento de um estilo próprio e único, o julgamento disso é muito subjetivo. À não ser que olhemos somente para distâncias de salto, técnicas específicas e outras coisas mais palpáveis, cada um vai ter uma peculiaridade de movimentação e irá evoluir em cima disso. Por existirem também muitas pessoas que treinam e se empenham e poucas que competem, fica difícil dizer se existe mesmo um “melhor” dentro do parkour.

(GMC): Como é a dificuldade para buscar incentivo no parkour no Brasil?

(Camila): Desde quando comecei a treinar a falta de visibilidade do esporte me afetou, é um acúmulo de coisas que acabam dificultando o crescimento não só de atletas, academias e grupos relacionados mas também da afinidade do público/massa com a prática. A dificuldade de conseguir apoio é algo que por muitas vezes desanima nessa “luta”, já que pra participar de competições viajar e conseguir fazer um bom trabalho é preciso de patrocinadores e afins, e pela prática ainda ser muito apagada no cenário nacional, muita gente abre mão de um bom projeto por falta de retorno por conta da visibilidade do parkour.

(GMC): Quais os seus planos para o futuro?

(Camila): Tenho muita vontade de conhecer mais lugares ao redor do mundo, e inclusive tentar a vida na Europa. Morar, estudar e trabalhar lá, já que a mesma pode ser considerada como um grande centro e foco do parkour mundial, não só pela quantidade de praticantes e países próximos, mas pela afinidade do público com o parkour.

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