Carnaval: excesso e exceções


Por Gilson Aguiar
Uma festa popular, se não a mais festa popular do país. Alguns passam o ano se preparando para este momento, o Carnaval. A hora que se pode ser o que não se é e se fantasiar daquilo que se deseja ser, nem que por um momento, um dia. Fruto do encontro da herança europeia com a cultura afro, na formação do Brasil, o nosso Carnaval é diferente daquele se pratica em outros países. Tem identidade própria, tem o Samba. Faz com que se transforme em um significado da construção coletiva em torno de uma expressão popular. No Rio de Janeiro, no Século XIX, o Carnaval era o momento de se expressar os desejos e reivindicações populares. Críticas ao poder. Ele já foi a festa em que a voz do povo ganhava as ruas, principalmente as classes periféricas. Hoje ele está diferente. A glória do Carnaval acaba por realizar o desejo do sucesso de muitos populares. Viver para construir em um dia ou o tempo que durar a festa o centro das atenções. Ser o espetáculo e passar na “avenida”, na “rua”, com bloco ou escola, e extravasar. Se vestir de estrela do palco popular, o apogeu de um ano todo. Porém, vale lembrar, não se pode transformar o Carnaval em um ponto final. Ele é um momento. Muitos acabam cometendo excessos e transformam a festa no fim da vida. Acabam agredindo e rompendo o sentido do momento, ser feliz. Por isso, pule, curta, mas não encurte a vida. Ano que vem tem mais!
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