Audiência pública sobre agrotóxico tem embates em Maringá


Por Victor Simião/CBN Maringá

A discussão sobre a utilização e a necessidade da redução do agrotóxico gerou embates durante uma audiência pública em Maringá, na tarde desta segunda-feira (22). Organizada por entidades como o Ministério Público do Trabalho, o evento reuniu produtores rurais, associações de classe e movimentos sociais. Foi em um auditório de uma universidade privada.

A apresentação dos dados ficou por conta de promotores de justiça. Em alguns momentos, eles foram interrompidos – principalmente por produtores rurais contrários à forma como a apresentação dos dados foi feita.

Segundo dados apresentados pelo Ministério Público do Trabalho, de 2012 a 2017 foram consumidas 29 milhões de toneladas de agrotóxicos em Maringá e região. 40 tipos desse material foram encontrados nos alimentos aqui na cidade. Pesquisas apontam que a utilização de agrotóxicos aumenta o risco do desenvolvimento de doenças como câncer.

É por isso que países europeus não utilizam o agrotóxico como o Brasil, disse o procurador de justiça no Paraná e um dos defensores da redução do consumo, Sincler Santos, em entrevista à CBN Maringá.

Ao longo da audiência pública, foram abordadas formas para reduzir o uso do agrotóxico. Uma delas é não realizar a pulverização aérea. Outra é a criação de cortina verde. A promotora de justiça Rosana Ribeiro, que atua com o Meio Ambiente em Campo Mourão, foi uma das defensoras dessa forma.

Mas e quem trabalha com a produção agrícola, como ficou? A produtora rural Larissa Galacini criticou a apresentação dos dados. Segundo ela, o Ministério Público do Trabalho deu a entender que o produtor rural quer envenenar as pessoas.

A opinião foi compartilhada pelo presidente do Sindicato Rural de Maringá, José Antonio Borghi.

“A apresentação deles é tendenciosa. Pega o consumo agrotóxicos no município e divide pelo número de habitantes. Os agrotóxicos não são aplicados nos habitantes. São aplicados nas propriedades. Então tem que dividir pela extensão, considerar o número de produção, número de culturas”, defende.

No Paraná, de 2012 a 2017 foram 557 milhões de toneladas de agrotóxicos consumidas, conforme o MPT.

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