Com hábitos diurnos, teiús aparecem mais no verão; o que fazer?


Por Monique Manganaro

Não se assuste se encontrar com mais facilidade lagartos pelas ruas de Maringá ou no quintal de casa. Isso acontece porque é nesta época do ano que o teiú-branco, ou simplesmente teiú, começa a demarcar território e inicia o processo de reprodução. Considerados os maiores lagartos do Brasil, junto com as iguanas, alguns desses animais podem chegar a dois metros de comprimento.

Apesar de não ser uma prática comum desses lagartos, é possível observá-los em ambientes urbanos, conforme explica o biólogo e tenente da Polícia Ambiental de Maringá Ulisses de Deus.

“Eles podem ser, sim, avistados no ambiente urbano, mas muitas vezes são encontrados às margens de matas, reservas e parques. Eles não se aventuram muito longe, até porque têm uma área territorial demarcada. É um animal que a gente vai ver, geralmente, nos períodos mais quentes do dia”, diz.

Segundo ele, os teiús aparecem com mais frequência durante o verão porque é nesses meses que começam a se reproduzir. Conforme explica, a partir de agosto, os machos saem do período de dormência – semelhante à hibernação de animais que vivem em locais muito frios. Para as fêmeas, o despertar ocorre meses mais tarde, a partir de novembro. “Aí, inicia-se o período de acasalamento. Essa maior atividade se dá tanto pela marcação de território, quanto para a preparação da reprodução”, detalha o tenente.

Dificilmente um lagarto dessa espécie vai atacar sem que se sinta ameaçado. De acordo com o biólogo, um teiú, provavelmente, vai apenas se defender caso um humano se aproxime demais. A orientação, em todos os casos, é evitar a manipulação. “Eles têm alguns mecanismos de defesa: a fuga, utilizar a cauda – ele tem uma cauda muito forte e vai usá-la como uma forma de chicote para se defender -, e ele pode morder e causar acidentes bastante dolorosos com a mordida. São animais que, no estado natural, tem certa agressividade e se deve evitar capturá-los, até porque não é permitido”, aconselha.

Outro mecanismo de defesa desses lagartos é a “perseguição”, segundo o tenente. Um teiú permite certa proximidade, sem atacar, mas caso se sinta acuado e não observe alguma alternativa de fuga, ele pode perseguir o “predador”, no intuito de se defender.

Apesar dos instintos mais agressivos no estado natural, o teiú é um animal que pode ser domesticado. “O Ibama licencia criadores e é permitida a criação de lagartos quando são adquiridos de maneira legal. Quando é proveniente de um criador, geralmente são animais naturalmente selecionados e que permitem o toque, a manipulação, características que provavelmente nós não encontraremos em indivíduos retirados do ambiente natural”, explica o biólogo.

Para criá-los em casa, é importante considerar os hábitos alimentares desses animais: geralmente, se alimentam tanto de vegetais quanto de outros animais. “São conhecidos por serem ladrões de galinheiros, porque têm entre os hábitos prediletos se alimentar de ovos de aves e pequenas aves.”

Justamente por essa prática, os teiús são comumente abatidos por criadores de aves. No entanto, conforme ressalta o tenente Ulisses de Deus, a caça desses animais é crime, considerando a importância ecológica que eles têm para o meio.

A fêmea de um teiú pode botar de 25 a 30 ovos durante o período de reprodução. Esses lagartos são exemplos de animais gregários, ou seja, que formam famílias. Quando atingem uma certa idade, os machos, no entanto, se dispersam para formarem novas famílias. Um teiú tem vida média de 12 a 20 anos, em condições naturais.

Caso um teiú seja visto em área urbana e esteja oferecendo risco, a Polícia Ambiental pode ser chamada para capturá-lo. O telefone é o 190.

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