Estação de monitoramento registra meteoros no céu de Maringá; VÍDEO


Por Creative Hut

Você sabia que Maringá tem uma estação de monitoramento de meteoros? Ela foi montada há cerca de quatro anos pelo engenheiro eletricista e astrônomo amador, Bruno Bonicontro, 42 anos. Instalada em sua casa, no Jardim Vitória, a estação registra, diariamente, os meteoros que passam pelo céu da cidade. Trata-se de uma estação Bramon, da Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros. No Paraná, há apenas cinco: em Maringá, Sarandi, Londrina, Medianeira e Umuarama. 

Natural de Londrina (a 98 quilômetros de Maringá), Bonicontro mudou-se para Maringá há cerca de 14 anos para trabalhar. Em 2016, resolveu montar sua própria estação de monitoramento de meteoros, com duas câmeras. 

“Comprei uma câmera para fazer vídeo de fenômenos astronômicos e um operador da Bramon me disse que ela poderia registrar meteoros, então resolvi montar uma estação. Cada operador fica responsável pela montagem, sendo necessário ter uma câmera, lente, placa de captura e computador. Os gastos são com a manutenção dos equipamentos e custo de energia, porque é necessário deixar o computador ligado a noite inteira”, explica.

Veja alguns dos registros de meteoros feitos pela estação de monitoramento de Bruno Bonicontro no céu de Maringá em 2020:

Mas, muito além de registrar imagens de meteoros no céu, o objetivo é analisar e estudar cada um deles. Para isso, os operadores da Bramon fazem parceria entre si e compartilham informações para alcançar uma análise mais aprofundada dos fenômenos astronômicos.

“Nós ‘pareamos’ uma estação com a outra, fazemos ‘triangulação’ e extraímos uma projeção 3D do fenômeno. Se o mesmo meteoro for pego pela minha câmera e a de Londrina, conseguimos fazer uma análise mais aprofundada. Trabalhamos em rede, então o operador registra, faz as análises preliminares e essas análises vão para o banco de dados. Com isso, a Bramon já descobriu 23 chuvas de meteoros, as primeiras descobertas por brasileiros”, frisa. 

E quanto maior o  número de estações Bramon, maior o banco de dados. Por isso, Bruno Bonicontro auxiliou na montagem da estação em Umuarama, e se diz disposto a ajudar quem tiver interesse em fazer parte da rede. “Seria legal ter uma cobertura maior no Paraná, porque cada estação que a gente ativa, é mais um pedaço do céu que monitoramos. Por isso, dou suporte para quem tiver interesse em montar uma estação no Paraná”, reforça. 

Bonicontro explica que os meteoros são, quase sempre, resquícios de cometas e asteroides, e não são raros de visualizar. “É muito difícil uma noite que não tenha nenhuma chuva de meteoros. Mas, às vezes são só dois meteoros por hora. Além disso, se estiver nublado, não é possível visualizar, e se tiver lua, a luz dela também atrapalha”, acrescenta.

Os meteoros são prioridade, mas a estação também capta outros fenômenos atmosféricos, como raios e sprites, um tipo de fenômeno transitório que ocorre na alta atmosfera.

Foto: Estação Bramon/Bruno Bonicontro
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