Maringá: Dia de Finados é o dia da saudade


Por Victor Simião/CBN Maringá
Maringá: Dia de Finados é o dia da saudade
Foto: Victor Simião/CBN Maringá

A principal mudança no Dia de Finados em 2020 é o rosto das pessoas. Devido à pandemia da covid-19, elas estão de máscara. Por dentro, o sentimento é o mesmo: saudade. Muita gente acordou cedo nesta segunda-feira, 2, para celebrar a memória de quem já se foi e está enterrado no cemitério de Maringá.

Foto: GMC Online

Sobre os túmulos, velas, flores. Nas imagens nas lápides, o corpo é eterno. Para quem ficou, é o momento da lembrança, disse o aposentado José Benedito Araújo. “Todo ano eu venho. A gente sente falta”, conta.

Ao menos durante parte da manhã, enquanto a reportagem esteve no cemitério, o volume de pessoas diminuiu no comparativo com os anos anteriores. A percepção é a mesma para quem aproveita o momento e trabalha vendendo velas e flores. Apesar disso, a vendedora Aparecida Pereira chegou cedo para fazer negócio.

“Devido à pandemia, deu uma queda bastante grande. Mas graças a Deus hoje [dia 2] as vendas estão boas. Chegamos 5h e vamos ficar até às 18h. Tempos desde vasinhos mais em conta, de R$ 10, até os maiores, de R$ 25”, disse.

Cada pessoa lida com a saudade de um ente querido de um jeito próprio. Tem quem sorri com as lembranças, tem quem chore. Há aqueles que não conseguem falar, mas ainda assim tentam. É o caso da Rose Requena que estava com vasos flores para os familiares.

“Meu filho, meu marido, meu pai, minha irmã, meu avô. É uma falta muito grande. Hoje é um dia para refletir sobre os queridos que se foram. Mas para mim é um dia igual todo dia de novembro, estou muito triste hoje”, se emociona.

Tradicionalmente, um dos túmulos mais visitados no Dia de Finados é o de Clodimar Pedrosa Lô, assassinado nos anos 1960 por forças de segurança em Maringá. O motivo: um suposto furto que ele não cometeu. O túmulo dele recebeu flores, velas, oração, pedidos e agradecimentos. Uma das pessoas que passaram pelo local é a dona de casa Maria Aparecida, que faz isso desde que Pedrosa Lô foi morto.

“Desde quando aconteceu o caso, a gente vinha em família. E continuamos até hoje, todos os anos temos esse compromisso, esse costume. Porque na época ele sofreu muito, foi muito triste. Então a gente tem esse costume. A gente pede e agradece também”, frisa.

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