Foi o desabafo de uma amiga enfermeira que fez com que o motorista de aplicativo, Tiago Oliynik, de 27 anos, criasse uma ação solidária de corridas sem custo para os profissionais de saúde durante a pandemia de coronavírus.
“Uma amiga enfermeira publicou que estava preocupada em como iria trabalhar, visto que o transporte público estava sempre lotado. Nessa hora, me ofereci para levar ela e uma colega de trabalho dela. No caminho, as duas me relataram como os profissionais da enfermagem estão preocupados com isso, então decidi oferecer caronas para esses profissionais, que dependem do transporte público”, conta.
Até agora, Oliynik fez cinco corridas sem custo para enfermeiros e tinha outras duas marcadas para esta sexta-feira, 20. Ele faz tudo por conta própria. “Não entrei em contato com nenhuma das plataformas devido a burocracia que existe”, destaca.
Para levar a ação solidária adiante, ele compartilhou a ideia em um grupo de WhatsApp de motoristas de aplicativo de Maringá, mas apenas outros dois se propuseram a participar. “A adesão ainda foi muito baixa, tem pouquíssimos motoristas dispostos a ajudar devido ao medo. Mas, peço que aceitem a ideia e façam as viagens”, ressalta.
Para conectar os profissionais de enfermagem aos motoristas de aplicativo que participam da ação, Tiago Oliynik criou um grupo no Facebook chamado “Motoristas Unidos Maringá”. Na página, os enfermeiros solicitam a carona e, quem puder efetuar a corrida, entra em contato. Segundo ele, a demanda é bem maior que o número de motoristas.
“As corridas vão aparecendo durante o dia e vamos fazendo aquelas que estão em nosso alcance. Lembrando que o decreto do prefeito nos permite trabalhar, então continuamos nossa rotina e vamos tentando encaixar uma carona ou outra nesse meio tempo. Levamos eles para o hospital ou do hospital para casa. A maioria está precisando mesmo é ir de casa para o hospital, pois devido ao aumento do movimento, estão tendo que entrar mais cedo no trabalho”, explica.
No grupo do Facebook, há orientações e dicas de segurança para as corridas solidárias. Os profissionais de enfermagem devem se apresentar com os seguintes dados: nome, hospital/UBS/UPA que trabalha, bairro que reside, data e horário que necessitam de carona.
Dentre as recomendações estão que as corridas sejam combinadas pelo grupo, deixando claro quem será o motorista e o passageiro; que o profissional da saúde compartilhe a localização em tempo real com amigos e familiares; que peça com antecedência ao motorista os dados do veículo (modelo, cor e placa) e não embarque se as informações não estiverem de acordo. Na descrição do grupo, ele também destaca que atitudes preconceituosas são proibidas e que possíveis conflitos devem ser relatados aos administradores do grupo.
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