3X mais: ‘casos da doença mão-pé-boca aumentam em Maringá’, diz médico


Por Monique Manganaro

O número de casos da síndrome ou doença mão-pé-boca em Maringá já é três vezes maior em 2019 em relação aos anos anteriores. Os dados são do médico infectologista Luiz Jorge Moreira Neto com base no número de atendimentos feito em consultório. Ele relembra que já atendeu aproximadamente 30 pacientes com sintomas da doença somente este ano.

“São suspeitos. A gente não consegue confirmar porque não tem o exame, mas eu levantei a suspeita em mais ou menos 30 casos. A imensa maioria crianças, mas cinco adultos também tinham casos parecidos”, afirma o especialista.

De acordo com o setor de epidemiologia da Secretaria de Saúde de Maringá, não existem dados oficiais de registro da doença porque a síndrome não é de notificação obrigatória. Para o órgão, até o momento, não há relato de surto.

Doença viral, a síndrome é normalmente transmitida por meio de secreções respiratórias e saliva, e costuma acometer crianças de até 5 anos. No entanto, segundo Moreira Neto, há casos de adolescentes e adultos que tenham sido infectados pelo vírus.

“É uma doença que causa feridas dentro da boca, ao redor dos lábios, nas mãos e nos pés. São bolinhas d’água, pequenas vesículas um pouco avermelhadas. É uma lesão bem característica”, descreve o especialista.

Por causa dos ferimentos e das dores causadas pelas lesões, o paciente por ter dificuldade em se alimentar ou se hidratar.

“Pode ser necessário até internar a criança para fazer uma hidratação endovenosa. Mas fora isso, raramente vai acontecer alguma complicação”, explica o médico.

O diagnóstico, em geral, é feito apenas pelo médico que avalia a criança.

De acordo com Moreira Neto, não existe um tratamento específico. Geralmente, é feita apenas a administração de um analgésico e anestésico para aliviar as dores e o desconforto.

“Depende do caso da criança, da quantidade de sintomas que ela tem. Nem todas as crianças vão precisar disso. O tratamento é só de suporte, com uso de sintomáticos e hidratação”, afirma.

A doença, segundo ele, ameniza e desaparece dentro de alguns dias.

Em determinados casos, o médico diz que a recomendação é deixar a criança em casa, para que ela tenha uma boa recuperação, e evitar a transmissão para outras pessoas.

A prevenção, em geral, é garantida com boa e recorrente higiene das mãos, assim como dos brinquedos que a criança costume levar à boca. Para o infectologista, o ideal é sempre lavar os objetos com água e sabão e depois desinfetá-los com álcool.

Meses maios frios

Para o especialista, o número de casos da síndrome mão-pé-boca pode crescer ainda mais com a chegada do outono e do inverno. Isso porque aumenta a aglomeração de pessoas em lugares fechados e com pouca circulação de ar.

Mais uma vez, a recomendação é manter os ambientes arejados e redobrar os cuidados com a higiene.

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