Em Maringá, morador de rua ganha fama por ‘usar’ máquina de cartão


Por Nailena Faian

Ele trabalhou como servente de pedreiro, já foi missionário em outros países e é formado em teologia. Depois de uma decepção amorosa, saiu de casa, em Santa Catarina, e acabou vindo parar em Maringá, onde hoje vive em situação de rua.

João Batista, de 51 anos, já é conhecido pelos moradores e comerciantes da Avenida Mandacaru, na zona norte da cidade, onde passa a maior parte do tempo. Aos poucos, está ganhando “fama” na cidade toda. O motivo é uma máquina de cartão que ele carrega.

Ao pedir um trocado e a pessoa se negar, afirmando que só tem cartão, ele pega a máquina de cartão e arranca risos e caras de espanto. “Não funciona, é só para brincar”, diz.

Batista relata que foi para o exterior em uma missão e ao chegar em casa flagrou a esposa com outro. “Para não fazer besteira, saí de casa, fui morar com a minha irmã, mas não deu certo. ”

Ele disse que entregou centenas de currículos, sem sucesso. Hoje vive em situação de rua, na companhia da cadelinha Sindy Marrie, que é alimentada por meio de doações de um pet shop da Avenida Mandacaru.

“Fui para a rua e adquiri maldade”, diz, decepcionado, ao afirmar que faz uso de drogas. Questionado sobre a possibilidade de ser acolhido em um abrigo, ele disse que já tentou, porém não aceitaram a presença da cadelinha.

“Tem que achar um corajoso para me dar emprego. Se eu tivesse um trabalho, ocuparia minha cabeça e poderia sair das drogas”, diz.

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