Diante dos olhos e nos números


Por Gilson Aguiar

Nem tudo o que tem aparência tem essência. Na economia muitas vezes somos ludibriados entre o que percebemos no dia a dia, o que tem aparente relevância econômica, e os dados estatísticos que dão uma dimensão maior do peso do mercado em nossas vidas. Esta “armadilha” da aparência trai muitos que pretende estabelecer o próprio empreendimento.

Em Maringá, isto é uma verdade, mas em alguns momentos pode nos trazer certezas diante dos olhos. Dados do IPC Maps de 2018, sobre o potencial de consumo dos maringaenses, os números demonstram que a cidade é a 43ª do país e a 3ª do Paraná. O consumo, este ano, já atingiu R$ 13,6 bilhões. Os maiores gastos são com o ambiente doméstico, manutenção, aluguel, reformas, etc., foram R$ 3,3 bilhões. Outro gasto de destaque é com cuidados pessoais e animais domésticos, R$ 2,8 bilhões.

Alimentação também é destaque, em especial fora de casa, R$ 1,3 bilhões.
Quando andamos pelas ruas percebemos a multiplicação de salões de beleza, restaurantes e lojas de produtos pets. A cidade tem um consumo significativo na vida diária. Ganhamos, segundo PIB perca pita, quase R$ 39 mil. Não por acaso a cidade atrai o estabelecimento de micro e pequenas empresas na prestação de serviços e produtos ligados ao consumo pessoal.

O perfil dos gastos faz se proliferar no varejo a profissionalização dos ambientes de consumo. A propagação de lojas, shoppings, no que a cidade tem demonstrado, também, a olhos vistos. Esta condição deve ser comemorada. A riqueza gera a possibilidade de melhoria da renda. Consumir move a economia.

Contudo, a lembrança sobre o potencial de consumo nos reportar ao ambiente sedutor que pode nos complicar financeiramente, nos endividar. Gerar um consumo elevado e fora de controle. Se a oferta de produtos e serviços com qualidade é demonstração de profissionalização e eficiência, administrar os recursos próprios também é. O controle financeiro, a poupança, saber cuidar do que ganha, também é sinal de desenvolvimento.

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