Saiba como são eleitos os nomes das operações da Polícia Federal


Por Nailena Faian

Eros, Carbono, Narciso, Good Vibes e Ctrl+Alt+Del. Todos esses nomes e expressões são de operações da Polícia Federal (PF). Desde quando teve início a nomeação inusitada, em 2002, com a operação Arca de Noé, no Mato Grosso do Sul, os policiais usam sacadinhas para batizar as investigações.

Em Maringá, a PF não deixa a desejar. A Operação Hidra, em 2005, inaugurou a prática. O objetivo da operação era desarticular uma quadrilha que contrabandeava cigarros. Vários integrantes do grupo foram presos, mas ele nunca era totalmente desfeito. Vem daí o nome Hidra, que é uma figura da mitologia grega que tem sete cabeças e é considerada quase invencível.

O delegado Alexander Noronha Dias é chefe do Núcleo de Operações da Polícia Federal de Maringá e explica de onde surgem os nomes tão criativos. “A equipe de investigação se reúne e decide em conjunto. As ideias vêm da nossa cabeça mesmo e a gente faz pesquisa para ver se o nome já foi utilizado. Mas, com tanta operação na PF, é difícil não repetir. ”

Os nomes têm referência cultural, religiosa e histórica. Alguns chegam a ser engraçados e caem na graça do povo e nas redes sociais. Conforme Dias, há duas exigências na hora do “batismo”: os nomes precisam estar ligados ao objeto da investigação e não podem ter o nome de uma pessoa.

Confira alguns nomes de operações da PF de Maringá

Celeno: objetivo era desarticular organizações criminosas que utilizavam aviões para contrabando de mercadorias de alto valor, como eletrônicos e remédios. Foi deflagrada em 2013 e o nome significa obscuro, escuridão, remetendo a um monstro da mitologia grega.

Laranja Mecânica: nome de filme também se torna nome de operação. Deflagrada em 2012, a Laranja Mecânica investigou uma família que comandava um esquema de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. Os policiais juntaram o fato de a organização criminosa usar laranjas para os desvios de dinheiro e o filme que aborda o crime.

Saque rápido: em 2014, uma tesoureira da Caixa Econômica Federal simulou o sequestro do próprio filho e sacou R$ 800 mil reais para entregar aos homens que ela dizia serem os sequestradores.

Sabina: a esposa e o filho do tesoureiro de uma agência bancária foram raptados em 2015 em Astorga. A PF deu o nome de Operação Sabina por causa de uma lenda de origem romana chamada Rapto das Sabinas.

Pleura: objetivo era desarticular uma organização criminosa que utilizava rotas fluviais para escoamento cigarros contrabandeados. O nome da operação se refere à membrana que protege o pulmão.

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