O mata-mata da política


Por Tiago Valenciano

Buscar um candidato com alto padrão ou manter o eleitorado em condições de pensar por sua própria cabeça? O dilema da representação, analisado pela teoria política mostra-nos como são feitas as exigências no universo da política. O raciocínio se contradiz quando as expectativas do eleitorado não são correspondidas pelos políticos e, por outro lado, os políticos avançam sobre as baixas expectativas do eleitorado, ampliando a capacidade de serem reeleitos.

As últimas eleições gerais do Brasil nos trouxeram justamente isto: um eleitor cada vez mais preparado para cobrar e exigir, dando um xeque-mate, um cruzado de direita na face dos políticos, acostumados com a retórica de que as massas são facilmente coagidas. Os ares respirados em Brasília a partir de 2019 nos dão a esperança de que algo mudou.

Tendo a acreditar que o eleitorado mais do que despertou, mas caminha para um novo rumo: o da cobrança pública e otimização de resultados políticos. As eleições se mostraram apenas uma fase da democracia em que o game over ocorreu a partir do controle do vídeo game chamado urna eletrônica. Nesta lógica é errado dizer que participamos de mais um episódio da “festa da democracia”. Apenas cumprimos com um dever cívico, uma fase da missão de tentar melhorar a qualidade da política e da sociedade no Brasil.

Nos cabe, então, participar positivamente em nosso sistema republicano, conhecendo as regras do jogo da eleição e da política, enxergando quem tem proposta e execução, discurso e ação, teoria e prática. Quando o assunto é controle social, a política brasileira passou no último 07 de outubro do nível fácil para o nível médio. Basta nos tornarmos profissionais.

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