O QUE É DESPERDÍCIO 2.0


Por Rogel Martins Barbosa

Foi lançado no último dia 20 de setembro de 2018 pelo Banco Mundial em parceria com o governo japonês através do Centro de Aprendizagem em Desenvolvimento de Tóquio (TDLC), mais um volume da série Desenvolvimento Urbano. Esta série discute questões de urbanização para países em desenvolvimento.


Com o título “What a Waste 2.0 – A Global Snapshot of Solid Waste Management to 2050”, que numa tradução livre é “O que é desperdício 2.0 – Panorama global da gestão de resíduos sólidos para 2050”, a publicação traz algumas importantes considerações sobre a produção atual de resíduos no mundo e faz uma projeção para o ano de 2050.


Segundo este relatório o mundo está caminhando para que a geração de resíduos supere o crescimento populacional em mais do que o dobro até 2050. Hoje o mundo gera anualmente 2,01 bilhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos.


A média mundial per capita dia é de 0,74 kg, que a depender do país, pode variar de 0,11 kg a 4,54 kg. Só para ter uma referência brasileira, conforme o Panorama 2017 Abrelpe, o Brasil tem uma média per capita dia de 1.035 kg.


Riqueza tem a ver com produção de lixo? Segundo o relatório, sim.


Os países mais ricos correspondem apenas 16% da população mundial mas geram cerca de 34%, ou 683 milhões de toneladas do lixo mundial.


Quanto ao plástico, indica que em 2016 o mundo gerou 242 milhões de toneladas de resíduos plásticos, ou o equivalente a 12% de todos os resíduos sólidos urbanos produzidos.


O relatório também expôs que está acontecendo mudança na composição de resíduos em países pobres. Esta mudança decorre da alteração nos padrões de consumo. Segundo o relatório a participação dos resíduos orgânicos na totalidade dos resíduos gerados caiu de 64% para 56%.


Informa que a coleta de lixo em países pobres aumentou significativamente de cerca de 22% para 39% da totalidade de resíduos produzidos. Reconhece que há uma tendência global de aumento de reciclagem e compostagem.


O relatório é muito interessante. São 296 páginas de informação. Recomendo dar uma olhada nele. O link para acessá-lo é https://openknowledge.worldbank.org/handle/10986/30317


Principalmente para nós, não podemos fazer do nosso enriquecimento aumento na produção de resíduos, ainda mais quando estamos numa revolução industrial eminentemente tecnológica e buscando uma economia circular.


A produção de resíduos pode ser um desafio, mas nunca um impedimento para o desenvolvimento.

Quem é o articulista
Rogel Martins Barbosa
Advogado, escritor, professor do curso História dos Resíduos.

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