Onça, tatu, sagui…veterinária de Maringá atende animais selvagens


Por Nailena Faian
Onça parda atropelada sendo tratada em clínica veterinária de Maringá

Entrar numa clínica veterinária e se deparar com onças, saguis, tatus e outros animais silvestres não é comum. Mas no consultório da doutora Thelma Cristina Santos Soares, em Maringá, isso é normal.

Ela é médica veterinária e há cinco anos se tornou parceira da Polícia Militar Ambiental, tratando, de forma voluntária, de animais machucados que são resgatados na cidade e na região.

O caso mais recente foi de uma onça atropelada na PR-340, perto de Jardim Olinda (a 118 quilômetros de Maringá), no último dia 5. A onça, do sexo masculino, pesa cerca de 50 quilos e foi levada para o consultório de Thelma.

“Para mim é um prazer e uma oportunidade de aprendizado que você não tem todos os dias, porque não é um animal que você tem acesso normalmente”, diz Thelma, que também é voluntária no canil da Polícia Militar.

Ela já cuidou de três onças, tatu, tamanduá, urubu, gavião, ganso, gamba, arara, papagaio, cobra, sagui, macaco-prego e vários pássaros. Atualmente tem duas onças e dois saguis se recuperando na clínica.

“É preciso conhecimento nessa área para trabalhar com esses animais. Como eu tinha especialização em animais selvagens, silvestres e exóticos comecei a fazer esse trabalho”, conta Thelma.

Todas as medicações aplicadas nos animais tratados na clínica ficam por conta dela. Já no caso da alimentação, geralmente aparecem voluntários. “Dois açougues fizeram doações de carne para alimentar as onças”, diz ela.

O voluntariado exige tempo. Quando tem onça no consultório, Thelma não consegue sair de lá antes das 22h. “De noite elas estão mais tranquilas, então é mais fácil de tratar nesse período”, conta.

O animal que mais marcou Thelma foi a primeira onça que ela atendeu que estava com uma fratura na coluna após ser atropelada. “Ela chegou a fazer fisioterapia aqui e ficou muito mansa, a gente dava comida direto na boca dela de tão mansa”, lembra.

O pedido da voluntária é para as pessoas terem cuidado para não atropelar esses animais e também não matar. “Não precisa matar nem agredir, seja ele um gamba, uma onça, uma cobra. Eles têm mais medo da gente do que a gente deles. Só vão atacar caso se sintam ameaçados”, finaliza.

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