De volta ao Brasil, Joel Malucelli se entrega ao Gaeco


Por Folhapress

O empresário paranaense Joel Malucelli, dono da construtora J. Malucelli e de empresas de comunicação no Paraná, se entregou nesta sexta-feira (14) ao Gaeco (grupo de combate ao crime organizado), braço do Ministério Público Estadual, que também prendeu temporariamente, na mesma operação, o ex-governador Beto Richa (PSDB), atual candidato ao Senado.

Ele é suspeito de ter participado de fraudes à licitação e desvio de recursos públicos num programa de manutenção e abertura de estradas rurais no Paraná, entre 2012 e 2014.

Em um áudio anexado ao inquérito, Malucelli cita acertos para a divisão de lotes com outros empresários, feitos “antes da concorrência”. Na mesma conversa, também são mencionados, por outros interlocutores, percentuais a serem repassados como “quotas de campanha” e “contrapartidas”.

Para o Gaeco, o material demonstra “a participação inequívoca do empresário no esquema criminoso”.

A empresa de Malucelli perdeu a concorrência do programa, mas a suspeita dos investigadores, diante das gravações, é que ela tenha atuado por fora, mediante acerto com as empresas vencedoras.

Malucelli foi alvo um mandado de prisão temporária nesta terça (11), mas estava em viagem de férias à Itália e era considerado foragido pelos investigadores.

Nesta sexta, ele enfim se apresentou à polícia. Em nota, afirmou que as acusações são injustas e negou qualquer irregularidade. O empresário disse que aguardava orientação de seus advogados sobre a medida, e destacou que se afastou das atividades de sua empresa em 2012.

A JMalucelli Equipamentos, braço da holding acusado de envolvimento no esquema, negou veementemente a participação no esquema, e informou que não firmou contrato com o governo do Paraná no programa sob investigação.

Além do empresário, outras 14 pessoas foram detidas temporariamente na operação do Gaeco -incluindo o ex-governador, acusado de ser o principal beneficiário dos desvios; a sua mulher, Fernanda Richa; e o seu irmão e ex-secretário de Infraestrutura, Pepe Richa. As prisões são válidas por cinco dias, e vencem neste sábado (15).

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