Nova Esperança tem quase o triplo de casos ‘toleráveis’ de dengue


Por Victor Ramalho

A cidade de Nova Esperança, a 40 quilômetros de Maringá, enfrenta uma grande epidemia de dengue. De acordo com o boletim epidemiológico, divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde na tarde desta quinta-feira, 27, são 200 casos confirmados da doença no município de apenas 26.615 habitantes.

Na média, o número é equivalente a 7 casos para cada mil habitantes, muito acima dos números considerados ‘toleráveis’ pelo Ministério da Saúde. A entidade considera epidemia uma incidência superior à 3 casos para cada mil pessoas, ou seja, a cidade paranaense deveria se manter abaixo de 80 confirmações de dengue para não se configurar um surto da doença. Além dos casos confirmados, existem ainda 1.344 notificações suspeitas, com 1.038 ainda em investigação.

Ciente da gravidade da situação, as autoridades de saúde já tomam providências. A Secretaria Municipal de Saúde, juntamente com a Vigilância Sanitária tem organizado mutirões de limpeza pela cidade. De acordo com a coordenadora de divisão de Vigilância Ambiental, Juliana Gazola Fernandes, a medida tem auxiliado na descoberta e destruição de focos do Aedes Aegypti.

“Nós montamos estratégias para que os mutirões se tornassem mais eficazes. Mapeamos os bairros da cidade de acordo com o nível de infestação e começamos a limpeza nas regiões onde a situação se encontra mais grave. Nas visitas, foi possível identificar diversos criadouros do mosquito, que se encontram em grande parte dentro das próprias residências”, declarou.

A Prefeitura de Nova Esperança utiliza carros de som para avisar a população sobre os mutirões. A ideia é que os moradores das regiões que serão atendidas sejam avisados com, pelo menos, 3 dias de antecedência. Caminhões de coleta de lixo e entulhos são utilizados nas ações, que também contam com agentes da prefeitura e vigilância, que auxiliam os habitantes na limpeza dos terrenos.

Entretanto, ainda existem contratempos. Segundo Juliana, nem todas as residências são atendidas, devido à resistência de alguns moradores, o que dificulta a identificação de possíveis focos do mosquito. Até a Polícia tem sido chamada para auxiliar os agentes.

“Infelizmente, algumas pessoas não tem deixado o pessoal da limpeza entrar em suas casas. Acaba sendo um problema, porque na maioria dos casos são pessoas de mais idade, acumuladoras ou catadores de recicláveis, que normalmente possuem muito lixo acumulado no quintal. Solicitamos, nas últimas reuniões, o apoio da Polícia nos mutirões para que essas situações não se repitam”, afirmou.

A Vigilância Ambiental reforça o pedido à população para que mantenha os quintais limpos e facilitem o trabalho dos agentes. Além disso, a ouvidoria municipal disponibilizou dois números de telefone, onde as pessoas podem solicitar limpezas de terrenos ou denunciar casos de focos de dengue. Confira:

Fiscalização do Meio Ambiente (Recolhimento de Entulhos/Terrenos abandonados): 44 3252-3688
Ouvidoria de Saúde (Imóveis ocupados, com prováveis focos de dengue): 44 3252-0838

Tratamento

A Secretaria Municipal de Saúde também se mobiliza para a abordagem de casos já confirmados. Por meio de nota, a entidade informou que todas as unidades de saúde da cidade estão preparadas para oferecer o diagnóstico da doença. O Hospital Municipal, que realiza o tratamento, recebeu o reforço de 5 novos agentes de saúde. Para casos de tratamento domiciliar, sem a necessidade de internação, os medicamentos estão sendo fornecidos gratuitamente.

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