Soldados Frustrados


Por Fábio Castaldelli

Soldados frustrados são todos os cronistas esportivos. Filhos da pátria dispostos a não fugir à luta, mas, que por falta de armas em punho, dedicam as mãos para escrever sobre futebol. Para eles, quando a bola rola, o artilheiro de boa pontaria com seus canhões, petardos e bombas tenta liquidar a trincheira e muralha armadas diante da grande área adversária. O capitão é quem fala por último. O esquadrão treina forte em seu reduto para que o técnico estrategista do time fraco busque formas de evitar um massacre. Incentivar o plantel a dar o combate e não desistir de buscar o gol enquanto restar um último cartucho a ser queimado é o pedido do comandante.

Transformar os uniformes dos jogadores em fardas ou armaduras e promover os atletas a combatentes assim que o juiz apita é o charme do noticiário esportivo. É. Soldados frustrados são todos os cronistas esportivos. Pracinhas das redações que em tempos onde a paz e a bandeira branca do fair play ganha cada vez mais espaço na mídia, insistem, sem rendição, na beleza bélica das palavras para recrutar leitores.

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