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26 de abril de 2024

Educação, militância, e a dificuldade de fazer o Brasil crescer


Por Rodrigo Gabriel Matos / Professor, ensaísta e futuro engenheiro químico Publicado 04/04/2019 às 12h00 Atualizado 20/02/2023 às 23h29
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Não é preciso um grande esforço para saber que a educação brasileira foi de mal a pior nas últimas décadas. Apesar de ter mais do que dobrado o investimento em educação desde os anos 2000, o Brasil figura entre as últimas posições dos rankings educacionais mundiais.

Para se ter uma ideia, o No PISA – Programa Internacional de Avaliação de Alunos, o Brasil está na vergonhosa 63º posição de 70 países avaliados, e se consideramos apenas os conhecimentos de matemática, caímos para a 66º posição. Aproximadamente 70% dos alunos brasileiros não atingiram o nível básico de proficiência em matemática, o que significa que não alcançaram uma nota 3,3 de 10,0.

Este é o resultado de uma concepção desastrosa de educação amplamente difundida nas escolas e entre os educadores brasileiros, que afirma que o aluno tem autonomia e deve ser responsável por sua própria educação; que não existe certo e errado, mas saberes diferentes; que o professor não ensina, apenas estimula o aprendizado; e que não se pode oprimir um aluno atribuindo nota vermelha ou fazendo com que reprove de ano.

Assim, alunos com péssima formação no ensino fundamental e médio chegam à universidade, que salvo poucas exceções, segue o mesmo padrão escolar de ensino ruim. Para traduzir em números, o ensino superior brasileiro está na 40º posição de 48 países avaliados, em um ranking organizado pela Universidade de Melbourne (Austrália).

É nesse cenário estudantil catastrófico que todos os anos são formados centenas de profissionais de todas as áreas. Embora nas áreas mais técnicas os alunos adquiram conhecimentos para exercer seu ofício, é um fenômeno cada vez mais generalizado que os alunos que saem das universidades sejam incapazes de pensar de forma lógica e coerente, e vivam de repetir discursos que lhes foram apresentados durante todo a faculdade. Em resumo, no lugar de estudantes, nosso sistema educacional forma militantes. E em sua grande maioria militantes de esquerda.

Muitos destes militantes, espalhados pelos mais diversos setores da sociedade, são os primeiros a se posicionar contra e dificultar quaisquer políticas que tragam crescimento e desenvolvimento para o Brasil. Criticam as operações policiais, as exonerações e pequenas tentativas de redução da máquina pública, as reduções de impostos, os primeiros passos da desregulamentação e desburocratização da economia. São incapazes de perceber que passamos mais de uma década com um governo que assaltou os cofres públicos e desviou quantias monstruosas de dinheiro, e que agora é preciso reformar a Previdência porque a conta já não fecha. Preferem que seja preso quem propõe a reforma e que se solte o ladrão.

Embora as questões políticas sejam bastante complexas, é indiscutível que alguns posicionamentos estão realmente na contramão da organização e do crescimento do País. Seria excelente se houvesse um debate sobre o como as reformas devem ser feitas, e não se as reformas devem ser feitas.

No fim das contas, o que o Brasil precisa mesmo não é nem de uma reforma, e sim de uma reconstrução total do seu sistema educacional.

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