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26 de abril de 2024

Operação Lava Jato cumpre mandado de busca e apreensão em Maringá


Por Luciana Peña - CBN Maringá/Agência Brasil Publicado 26/09/2018 às 12h17 Atualizado 18/02/2023 às 10h21
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A 55ª fase da Operação Lava Jato cumpre um mandado de busca e apreensão em Maringá, na manhã desta quarta-feira (26). Esta fase é chamada de Operação Integração II e apura supostas irregularidades em concessões de rodovias federais do Paraná, que fazem parte do Anel de Integração. A ação visa pessoas envolvidas em esquemas de corrupção, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, estelionato e peculato.

Participam da operação 400 agentes entre policiais federais, auditores da Receita Federal e integrantes do Ministério Público Federal. Estão sendo cumpridos 73 mandados de busca e apreensão, três de prisão preventiva e 16 de prisão temporária, nos estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. No Paraná, são 59 mandados, todos de busca e apreensão e um deles em Maringá.

Na primeira Operação Integração, a Polícia Federal reuniu provas, analisou dados e ouviu depoimento de delatores em colaboração premiada. Com as informações, conseguiu identificar núcleos que agiam de forma organizada para obter benefícios ilícitos em contratos de concessão de rodovias.

No núcleo político há autoridades de Estado e, no núcleo técnico, agentes públicos e funcionários de concessionárias. Entre as irregularidades apontadas estão a elaboração de aditivos fraudulentos e planilhas falsas que indicavam desequilíbrio financeiro de concessionárias.

O objetivo final, segundo a PF, seria o pagamento de propinas.

Dos 16 mandados de prisão temporária desta fase da operação, um envolve o empresário Luiz Abi Antoun, primo do ex-governador Beto Richa (PSDB).

Em nota, a Polícia Federal explicou que esses nomes estão ligados a núcleos organizados para explorar e obter benefícios indevidos a partir de contratos de concessão de rodovias federais no Paraná.

Entre os três de prisão preventiva, figura o nome do diretor-presidente da Associação Brasileira de Concessões Rodoviárias (ABCR), João Chiminazzo Neto, acusado de intermediar pagamentos de propina acertados entre as concessionárias e agentes públicos.

A reportagem da rádio CBN Maringá está tentando contato com a ABCR para comentar o assunto.

Delações

O esquema teria começado, segundo delações de colaboradores, em 1999, e os pagamentos feitos em troca da “boa vontade” do órgão em pedidos de interesse das empresas teriam durado até o fim de 2015, totalizando R$ 35 milhões. Segundo o MPF, o dinheiro era dividido entre as empresas de acordo com o faturamento de cada uma e era entregue, em espécie, a agentes do DER/PR e, em 2011, passou a ser pago a funcionários da Agência Reguladora do Paraná (Agepar).

“Somente para o Grupo Triunfo, controlador da Econorte, o operador financeiro Adir Assad [também alvo de mandado de prisão] faturou R$ 85 milhões em notas frias. Já para o Grupo CCR, controlador da Rodonorte, foram produzidas notas frias que somaram R$ 45 milhões”, informou o Ministério Público Federal.

A partir desse esquema, o governo do Paraná firmou aditivos contratuais em 2000 e 2002 com seis concessionárias.
Os contratos foram questionados e chegaram a ser auditados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em 2012, quando diversas irregularidades foram apontadas, mas, ainda assim, foram mantidos.

Foto da capa: Reprodução/Agência Brasil

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