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26 de abril de 2024

Sem ônibus da Prefeitura, sarandienses se viram para estudar na UEM


Por Victor Simião/CBN Maringá Publicado 31/05/2019 às 21h44 Atualizado 22/02/2023 às 16h56
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Desde março, a família da Emily Gomes tem tido gastos de R$ 240 por mês para o transporte dela. É que a estudante precisou contratar o serviço de um van para sair de Sarandi e estudar na niversidade Estadual de Maringá (UEM). Não está sendo fácil, disse ela em entrevista à CBN Maringá.

Essa tem sido a realidade de muitos alunos. Há uma estimativa de que o número de sarandienses que estudam na UEM fique em torno de 100. Há pelo menos outros 100 que estudam em outras instituições de ensino na cidade.

No fim do ano passado, a Prefeitura do Município, que durante anos cedeu dois ônibus para os alunos virem até Maringá de noite, cortou o auxílio. O motivo: uma recomendação do Ministério Público. É que constitucionalmente a educação básica é dever do município – e na cidade há uma fila de duas mil crianças que aguardam por vagas em creche. A Prefeitura, então, decidiu focar nessa situação.

Protestes e reuniões foram feitos na Prefeitura de Sarandi e na Câmara de Vereadores. Até um encontro com o Ministério Público foi feito, mas nada se alterou. Os estudantes relatam que as ideias que foram propostas, como a criação de uma associação para receber recursos, não seria juridicamente legal, de acordo com o MP.

Procurada pela CBN, a Prefeitura explicou que continua a seguir a recomendação do MP e trabalha para reduzir a fila nas creches.

Quem também tem sofrido sem transporte público é a estudante Janaina da Silva de Souza. Por mês, o gasto tem sido de R$ 200. Além do peso no orçamento, há a questão envolvendo segurança por ela ter de andar da UEM até o centro de Maringá para pegar o ônibus da volta.

Cada um se vira como pode. A aluna Gabriela Molgado tem tido despesas de R$ 180 por mês. Ela deixou um estágio e entrou em um trabalho regular. Além disso, deve se mudar para Maringá em breve, vai morar com o pai. Tudo para facilitar os estudos. Gabriela também tem vendido chocolate. E diz já ter pensado em desistir.

Em fevereiro, o Diretório Central dos Estudantes procurou a reitoria para saber o que poderia ser feito. O reitor e o vice se comprometeram a buscar uma solução ou administrativa ou política.

Procurada nesta semana pela CBN, a reitoria informou, por meio da assessoria de imprensa, que abriu a comunicação com a Prefeitura de Sarandi, mas ouviu a explicação de que o município tinha de cumprir a recomendação do Ministério Público. A reitoria também relatou ter comunicado a Superintendência da Região Metropolitana e a Chefia da Casa Civil, áreas ligadas ao Governo do Paraná, pedindo a viabilização do transporte dos estudantes da região metropolitana.

A CBN também entrou em contato com a Unicesumar, porque há relatos de que estudantes de lá também estão sendo prejudicados. A assessoria de imprensa informou não ter registro interno sobre o assunto, e que pode ter ocorrido uma articulação interna entre as reitorias da UEM e da Unicesumar.

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