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29 de abril de 2024

Carnaval é identidade não perversidade


Por Gilson Aguiar Publicado 25/02/2020 às 11h52 Atualizado 23/02/2023 às 22h46
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Há sempre a fala de que deveríamos acabar com esta história de comemorar o Carnaval, acabar com o recesso. Deveríamos trabalhar. Começar o ano mais cedo, já que se fala que o país só começa a funcionar depois que o Carnaval acaba.

Porém, não se apaga a identidade de um povo. Por mais que somos da ala dos que não dançam, pulam, curtem o Carnaval, ele não vai deixar de existir sem a nossa presença. Ele já vem de antes e continuará depois. Não desmerece o país, faz parte de sua expressão.

Somos uma nação com uma grande diversidade na formação. Nossos elementos de fundação são encontros entre nações. Brancos, negros e indígenas são nossos elementos de raiz formadora. Nos dois primeiros a herança fundamental do Carnaval. O samba é o encontro entre a sonoridade afro europeia. Tem um pouco da dança do continente negro e do fado luso branco, mouro.

Há muita coisa por de trás do Carnaval, mais do que nosso desconforto pode considerar. Ele é um pouco do que significa ser brasileiro. É o elemento que nos dá um pouco da recordação e reprodução de nossa retórica enquanto nação.

Lá no começo do Carnaval ele foi protesto. Maneira pela qual a população periférica das cidades, Rio de Janeiro e Salvador, principalmente e não somente, se expressavam para demonstrar seu descontentamento e em forma de música fazer a crítica e lamento. Hoje, mercantilizado e transformado em evento ainda é expressão cultural sem ter sempre o mesmo sentido. Porém, quantos sambas enredos não deram seu recado.

Gostaria de terminar este argumento lamentando os discursos que idolatram o comportamento dos outros países, das outras nações. Aqueles que sempre usam um exemplo dos hábitos alheios para dizer que os nossos não prestam.

Hoje vivemos uma “idolatria” pelos norte-americanos. Se propagou o modelo Yankee como uma medida do bom comportamento. A tal da “grama do vizinho” que é sempre mais verde. Não é! Eles têm problemas e suas ações dizem respeito a origens que não se assemelham às nossas. Não há comos ser o outro, somos nós mesmos. Não é fazendo o que eles fazem que teremos os mesmos resultados.

A reflexão vale para a vida pessoal também. Quantos buscam no comportamento alheio um argumento ou desejo. Deveriam se livrar disso. Não há solução em reproduzir o que os outros fazem. Temos que compreender quem somos. Se temos nossos problemas, e quem não os tem, vamos resolvê-los com o potencial que dispomos. A receita alheia não gera os mesmos resultados com nossos ingredientes. O Carnaval é nossa cara, nossa casa, nossa forma e expressão. Temos que amá-lo e não culpá-lo de nossas mazelas.

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