Festival Nipo-Brasileiro faz sucesso com receitas das ‘batchans’
Considerado o segundo maior evento de Maringá, o Festival Nipo-Brasileiro está no calendário oficial de eventos do município e recebe anualmente cerca de 70 mil visitantes – e a maioria aproveita a visita para provar pratos nipônicos que carregam temperos de família e alguns ingredientes que conquistaram os brasileiros.
A Cidade Canção tem uma das maiores comunidades japonesas no Brasil e é uma das que mais preservam essa cultura no País. Já são 32 anos de festa e entre os mais de 1.500 voluntários, alguns trabalham na organização desde a primeira edição. A decoração e organização começam a ser planejadas meses antes e o pré-preparo nas cozinhas ocupa a manhã e a tarde dos mais velhos – na casa dos 70, 80, 90 anos, eles nem pensam em parar de participar e passam os segredos das receitas para as novas gerações.
Especialidades
Apesar de muitos pratos estarem nos cardápios das cinco entidades presentes no pavilhão gastronômico do festival, cada uma tem um prato especial. Na Seicho-No-Ie, uma sobremesa faz muito sucesso: o tempurá de sorvete (R$ 18), que leva dias para ser preparado. Primeiro o sorvete é envolto na massa e congelado, depois na cobertura crocante, e volta para o congelador. Duas mil unidades estão prontas para serem fritas, surpreendendo o paladar com a textura quente e crocante contrastando com o cremoso e gelado sorvete.
No Centro Cultural e Social São Francisco Xavier, o carro chefe é o peixe no molho apimentado (R$70), exclusividade no evento. Por dia, cerca de 100 filés de pescada são servidos com o molho especial.
No asilo Wajunkai, há alguns pratos exclusivos no cardápio, como o Wajun Soba (R$ 50), que tem molho e textura diferentes do tradicional yakissoba, o Wajun Pastel (R$12), com recheio que inclui carne e legumes temperados com gengibre e outros segredinhos, que passam de geração em geração.
Carros-chefe
Alguns dos preparos são unanimidade entre os mais procurados. Yakisoba e Teppan são os mais pedidos em todas as cozinhas do festival. No espaço do templo budista Nishi Honganji, o teppan de filé mignon e molho de tomate especial, acompanhado de legumes e batatas fritas (R$ 85) faz sucesso entre as famílias e serve bem até três pessoas.
O molho do yakisoba (R$50) demora mais de seis horas para ser preparado, fervendo carcaças de boi e porco, extraindo o tutano e todo o sabor, até chegar no ponto certo para ser colocado sobre o macarrão, os legumes e as carnes de boi e frango.
Na cozinha dos anfitriões da festa, os voluntários da Acema, ocupam uma área maior no pavilhão, com cada preparo totalmente setorizado. Na área da cozinha onde as estrelas são os peixes, a saída de salmão na chapa com molho teriyaki (R$85), temakis preparados na hora (R$ 50) e barcas montadas com sushi e sashimi (de R$20 a R$95) não pára um minuto. Com tantos restaurantes japoneses espalhados por Maringá, o sabor do que é servido no festival tem o segredo de um ingrediente insubstituível: o prazer de levar a cultura adiante de forma voluntária.
O Festival Nipo Brasileiro continua até domingo, 13, na Acema (Av. Kakogawa, 50.). Neste sábado,12, é servido almoço e jantar e o evento se encerra no almoço de domingo, 13 , que vai até as 15 horas.