Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

04 de agosto de 2024

Indústria tem melhor mês desde julho/20 e indica atividade aquecida no 2T24


Por Agência Estado Publicado 04/08/2024 às 11h20
Ouvir: 00:00

A produção industrial brasileira voltou a crescer em junho após dois meses consecutivos de queda, impulsionada pela expansão dos bens de consumo duráveis no período, sobretudo automóveis. O movimento reflete, em parte, os esforços de recuperação do Rio Grande do Sul, de acordo com economistas ouvidos pelo Broadcast.

O crescimento de 4,1% do setor na passagem de maio para junho ficou bem acima da mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast, de 2,5%. De quebra, marcou, pela série dessazonalizada do IBGE, a maior alta mensal para a indústria desde julho de 2020, quando houve expansão de 9,1% – em um contexto de recuperação dos primeiros choques da pandemia de covid-19.

O desempenho no mês ainda fez, segundo o IBGE, com que a produção industrial ultrapassasse em 2,8% o seu nível pré-pandemia, de fevereiro de 2020.

Embora a recuperação do setor em junho não seja necessariamente surpreendente, o número de hoje reforçou a percepção de atividade ainda bastante aquecida no segundo trimestre do ano, de acordo com os analistas.

Em nota, o Bradesco destacou que a expansão da indústria em junho deve contribuir para um crescimento do PIB no segundo trimestre de magnitude semelhante à observada nos primeiros três meses do ano, quando a economia do País cresceu 0,8%, na comparação com o último trimestre de 2023.

O economista-chefe da G5 Partners, Luis Otavio de Sousa Leal, elevou sua estimativa em tempo real (tracking) para o PIB do segundo trimestre, de 0,5% para 0,9%, após incorporar na conta o resultado da produção industrial e outros indicadores de atividade no mês. Ele avalia que, no saldo geral, o efeito das enchentes no Rio Grande do Sul sobre a produção industrial brasileira do segundo trimestre tende a ser nulo, “ou quiçá positivo”, dado os esforços empreendidos para a recuperação do Estado. A G5 estima crescimento de 2,3% no PIB no ano, mas o viés é de alta.

Para Helcio Takeda, economista da Pezco, o resultado acima do esperado da indústria em junho reforçou o viés de alta da sua estimativa para o crescimento de 0,5% do PIB no segundo trimestre. “Achamos que há uma possibilidade não desprezível do PIB do segundo trimestre surpreender para cima”, ressalta. “Se isso acontecer, é provável que o crescimento no terceiro e no quarto trimestre seja menor, puxado por essa tensão e aversão a risco, com dólar em alta e juros futuros pressionados”, analisa o economista, que também projeta alta de 2,3% para o PIB do ano.

Um crescimento acima de 1,0% no PIB do segundo trimestre não seria uma surpresa, na avaliação do economista-chefe do C6 Bank, Felipe Salles. Para além do número considerado forte da indústria em junho, ele cita que boa parte dos indicadores antecedentes têm apresentado dinâmica positiva no período, o que corrobora a análise de atividade ainda aquecida. O C6 projeta hoje crescimento de 2,5% para o PIB em 2024, mas Salles reforça que uma alta na casa de 3,0% no ano “não pode ser descartada”.

Produção de veículos impulsiona resultado

Conforme divulgou o IBGE, a produção industrial de junho registrou variação positiva na margem em suas principais categorias econômicas: bens de capital (0,5%), bens intermediários (2,6%), bens de consumo duráveis (4,4%) e bens de consumo semi e não duráveis (4,1%).

O gerente da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do IBGE, André Macedo, destacou o desempenho positivo disseminado do setor no mês, em particular dos bens de consumo duráveis. Ele frisou a contribuição positiva da indústria automobilística no período, após o impacto das chuvas no Rio Grande do Sul sobre o segmento, em maio.

Conforme divulgou a Anfavea, associação que representa as montadoras do País, foram produzidas 211 mil unidades de veículos em junho, crescimento de 26,6% em relação a maio, quando as enchentes no Rio Grande do Sul interromperam por 12 dias o funcionamento da fábrica da General Motors (GM) em Gravataí – onde é produzido o Onix – e prejudicaram o fornecimento de peças a montadoras de outras regiões.

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

BC quer imaturidade regulatória de instituições de pagamentos rapidamente resolvida


O Banco Central (BC) está preocupado com o descumprimento de regras por parte das instituições de pagamentos, sobretudo as novatas,…


O Banco Central (BC) está preocupado com o descumprimento de regras por parte das instituições de pagamentos, sobretudo as novatas,…

Economia

Setor de economia digital critica tributária e vê reforma presa a mundo analógico


Entre os diversos setores queixosos por não estarem contemplados pela reforma tributária, estão empresas de tecnologia. Especialistas em desenvolvimento de…


Entre os diversos setores queixosos por não estarem contemplados pela reforma tributária, estão empresas de tecnologia. Especialistas em desenvolvimento de…

Economia

Cadeia produtiva eleva projeções para o setor da construção no ano


O nível de atividade da construção civil está acima do previsto e tem motivado perspectivas mais otimistas por parte de…


O nível de atividade da construção civil está acima do previsto e tem motivado perspectivas mais otimistas por parte de…