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25 de abril de 2024

Como vacinar contra a ignorância?


Por Gilson Aguiar Publicado 11/02/2020 às 10h48 Atualizado 24/02/2023 às 01h38
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Nos últimos 10 anos caiu significativamente o número de crianças vacinadas. As metas não são atingidas na maioria das campanhas feitas pelo país para a imunização da população. No Paraná, uma campanha de vacinação contra o Sarampo terá como público alvo jovens entre 20 a 29 anos. Depois de adulto tem que vacinar.

Se levarmos em consideração que a erradicação da varíola só foi possível graças à vacinação que se iniciou no Século XIX e fez o mundo ficar livre da doença em 1977. O último caso foi na Somália. O mundo se viu livre de uma praga que até ser erradicada levou muitas vidas.

Uma ironia para o Brasil foi o caso do Sarampo, em 2016 o país conquistou o selo de país livre da doença, mas, dois anos depois, 2018, ela voltou. Até o ano passado foram 10.374 casos com 12 mortes. Por que? Esta é a pergunta que não quer calar.

Um dos fatores, ironicamente, é o sucesso das vacinações. Entre 1960 a 2010 a humanidade, os brasileiros em especial, ganharam trinta anos de vida graças às vacinas. Elas garantiram a sobrevivência de parte considerável da população que por mais que circule no mundo, estava imune.

Hoje, muitos pais cresceram sem o temor da doença, não tinham na lembrança os efeitos de epidemias que provocaram um grande número de mortes e sequelas em pessoas de sua geração. Seus filhos cresceram sem o sentimento de risco, medo, e passaram a desprezar a vacinação.

Outro fator é, ironicamente, a emancipação da mulher. Elas ingressaram significativamente no mercado de trabalho e já não tem mais tempo de cuidar da saúde dos filhos. Lembrando que os postos de saúde, pontos de vacinação, funcionam na maioria das vezes em horário comercial. Exatamente quando os pais estão no trabalho.

Ainda vale lembrar, possivelmente menos determinante, da crise econômica, a dificuldade que pais com baixa renda tem de levar os filhos para vacinar. A distância dos pontos de vacinação acabam por colocar a prole em risco.

Contudo, o que tem crescido é a descrença na vacinação. Um levantamento feito pela Faculdade São Leopoldo Mandic, de Campinas (SP), com 352 pessoas, mostra que 23% são descrentes na vacinação e 7% se recusam a vacinar.

Uma campanha constante nas redes sociais com informações falsas, distorcidas e sensacionalistas mostram que as vacinas teriam contraindicações fatais. Parte considerável de quem teme a vacinação acredita que elas provocam sintomas que podem levar a morte.

De qualquer forma, é preciso compreender que a vacinação deve ser uma prática constante e habitual. Devemos nos conscientizar da necessidade da vacinação para manter a longevidade conquistada a duras penas. Não podemos deixar que o temor pelos casos de mortes das doenças que já estavam controladas venha a nos dar juízo. Por que, em muitas casos, para fazer o certo temos que sentir na pele a dor do erro?

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