Ata: percepção recente do mercado sobre fiscal tem impacto relevante nos ativos e expectativas


Por Agência Estado

A ata do mais recente encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada nesta terça-feira, ressalta que o colegiado monitora com atenção a política fiscal. O documento destaca que a percepção recente do mercado traz impactos relevantes em ativos e nas expectativas.

“Notou-se que a percepção mais recente dos agentes de mercado sobre o crescimento dos gastos públicos e a sustentabilidade do arcabouço fiscal vigente, junto com outros fatores, vem tendo impactos relevantes sobre os preços de ativos e as expectativas. O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, diz a ata.

O colegiado reitera que políticas monetária e fiscal síncronas e contracíclicas “contribuem para assegurar a estabilidade de preços e, sem prejuízo de seu objetivo fundamental, suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego”.

A ata também reforça a visão de que o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento do crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia. Esse movimento provoca “impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade”.

Mercado de trabalho e atividade

A ata reitera que os dados de mercado de trabalho e de atividade econômica seguem com mais dinamismo do que era esperado. “Esse movimento ocorre em contexto de hiato do produto próximo à neutralidade, tornando mais desafiador o processo de convergência da inflação à meta. O dinamismo de indicadores de mais alta frequência, como de comércio e serviços, reforça o diagnóstico de resiliência da atividade doméstica e sustentação do consumo ao longo do tempo, em contraste com o cenário de desaceleração gradual originalmente antecipado pelo Comitê”, diz o documento.

Sobre o mercado de trabalho, o colegiado destacou que o nível de ocupação, a taxa de desocupação e a renda estão “sistematicamente surpreendendo”.

A avaliação é de que essas surpresas recorrentes apontam para elevado dinamismo do mercado de trabalho, que se mostra apertado.

Na última semana, o Copom decidiu manter a Selic em 10,50% ao ano, por unanimidade.

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