Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

04 de julho de 2024

Campos Neto: banqueiro central tem de distanciar-se da arena política, fazer trabalho técnico


Por Agência Estado Publicado 02/07/2024 às 12h14
Ouvir: 00:00

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, evitou, mais uma vez, responder os ataques à sua atuação feitos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele reafirmou que faz um trabalho técnico, voltando a citar que o BC, sob o seu comando, fez o maior aumento de juros em um ano eleitoral da história do mundo emergente.

Ao participar de um fórum do Banco Central Europeu (BCE) em Portugal, Campos Neto disse que, como banqueiro central, tem que se distanciar da arena política. “Acho que o que fizemos é prova viva de que tudo foi muito técnico”, afirmou, em painel ao lado da presidente do BCE, Christine Lagarde, e do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Jerome Powell.

O Banco Central aumentou a Selic de 2%, no início de 2021, para 13,75% em agosto de 2022, ano em que Lula foi eleito. Neste intervalo, a inflação acumulada em 12 meses saiu de 4,56% em janeiro de 2021 para um pico de 12,13% em abril de 2022. Ao fim daquele ano, a Selic estava em 13,75%, e a inflação em 5,79%.

Hoje, a Selic está em 10,50% ao ano, e a leitura mais recente de inflação, referente a maio, apontou taxa de 3,93% em 12 meses.

Segundo Campos Neto, o aumento da taxa entre 2021 e 2022 é “prova viva” de que o trabalho do BC foi técnico. “Se isso não é uma prova de que você é independente e agiu com autonomia, é difícil encontrar outro exemplo como esse.”

O presidente do BC lembrou ainda que a decisão de junho do Comitê de Política Monetária (Copom) foi unânime, mesmo com quatro membros indicados pelo governo do presidente Lula, mostrando assim coesão em torno de uma solução técnica. “Acho que a história e o tempo vão mostrar que o trabalho foi feito da melhor forma que podíamos com os dados que tínhamos e que foi feito da forma mais técnica”, afirmou Campos Neto.

Campos Neto, que termina o mandato em dezembro, afirmou que nunca esteve disposto a ser indicado novamente ao BC, independente de quem ganhasse eleição. Durante o evento, ele observou que as incertezas sobre a sucessão no BC elevaram o prêmio de risco na curva de juros. Porém, Campos Neto ponderou que, com o tempo, esse prêmio de risco tende a diminuir.

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

FUP suspende vigília em frente à Petrobras após inclusão de Sest e Previc nas negociações


A Federação Única dos Petroleiros (FUP) suspendeu a vigília que fazia há 15 dias em frente à sede da Petrobras,…


A Federação Única dos Petroleiros (FUP) suspendeu a vigília que fazia há 15 dias em frente à sede da Petrobras,…

Economia

Moses Rodrigues: Taxação de fundos fechados de previdência será decisão do Colégio de Líderes


O deputado federal Moses Rodrigues (União-CE) afirmou mais cedo que o texto substitutivo da regulamentação da reforma tributária manteve em…


O deputado federal Moses Rodrigues (União-CE) afirmou mais cedo que o texto substitutivo da regulamentação da reforma tributária manteve em…

Economia

Alckmin diz ser um ‘equívoco’ não taxar armas com imposto seletivo


O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, disse nesta quinta-feira, 4, ser favorável à…


O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, disse nesta quinta-feira, 4, ser favorável à…