Dólar recua após corte de gastos e de olho em fluxo por Sabesp, mas exterior limita


Por Agência Estado

O dólar recua ante o real em reação ao congelamento de gastos de R$ 15 bilhões neste ano, anunciado na quinta-feira, 18, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O valor é maior que o esperado pelo mercado (R$ 12 bilhões) e menor que o ajuste de pelo menos R$ 26,4 bilhões necessários para fechar o ano com déficit de 0,25%, segundo a mediana das estimativas do Projeções Broadcast. “O ministro antecipou o anúncio a fim de evitar “especulações” em meio à expectativas pela publicação na segunda-feira do relatório de receitas e despesas do governo.

Perspectivas de ingressos de fluxo financeiro no mercado doméstico podem estar ajudando na queda do dólar, após forte demanda de investidores estrangeiros à oferta secundária de ações (“follow-on”) que vai privatizar a Sabesp. A operação movimentou cerca de R$ 14,8 bilhões ao preço de R$ 67,00, teto estipulado pela Equatorial, confirmada como acionista de referência na empresa após a privatização.

Contudo, as perdas do petróleo e do minério de ferro e altas dos juros dos Treasuries e da moeda americana frente pares principais e a maioria das divisas emergentes servem de contraponto, diante das incertezas com as eleições presidenciais nos EUA. O Ibovespa futuro caía 0,21%, aos 128.975 pontos, após a abertura.

Nos EUA, uma fonte do Partido Democrata próxima do presidente dos EUA, Joe Biden, disse nesta sexta-feira, 19, que ele deve desistir da candidatura à reeleição em breve, conforme se torna cada vez mais isolado politicamente. “As próximas 72 horas serão importantes”, disse na quinta-feira a fonte, ao afirmar que a situação “não pode ir muito além”. Isolado em Delaware após ter sido diagnosticado com covid-19, Biden viu a pressão crescer na quinta entre a cúpula do Partido Democrata para abandonar a disputa.

Já o ex-presidente Donald Trump abriu cinco pontos porcentuais de vantagem ante Biden. Pesquisa contratada pela CBS News aponta Trump com 52% da preferência do eleitorado, comparado com 47% de Biden. Trump reiterou a promessa de que vai segurar a alta dos preços no país, baixando impostos e diminuindo o custo da energia, no encerramento da Convenção Nacional Republicana.

O Banco Central informou mais cedo, por meio da sua assessoria de imprensa, que todos os seus sistemas estão “funcionando normalmente” após o apagão cibernético que atingiu serviços bancários e de comunicação ao redor do mundo. A interrupção nos serviços foi atribuída a uma atualização nos sistemas da empresa de segurança cibernética CrowdStrike, com impacto na Microsoft. Usuários relataram problemas no acesso a aplicativos de bancos brasileiros.

Na agenda interna, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) arrefeceu a 0,40% na segunda prévia de julho, após registrar alta de 0,88% na mesma leitura de junho, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV).

As atenções nas próximas horas ficam em eventos com os dirigentes do Fed de Nova York, John Williams (11h40), e de Atlanta, Raphael Bostic (14h). No Brasil, os diretores do Banco Central Diogo Guillen (Política Econômica) e Paulo Picchetti (Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos) participam de duas reuniões com economistas do mercado financeiro para a elaboração dos Relatórios Trimestrais de Inflação (RTI) (9h30 e 11h). O presidente Lula cumpre agenda no Estado de São Paulo.

Às 9h34 desta sexta, o dólar à vista caía 0,90%, a R$ 5,5373. O dólar futuro para agosto recuava 0,30%, a R$ 5,5430.

Sair da versão mobile