IBGE aponta que 21 das 24 atividades tiveram altas de preços no IPP de julho


Por Agência Estado

A alta de 1,58% nos preços dos produtos industriais na porta de fábrica em julho foi decorrente de elevações em 21 das 24 atividades pesquisadas, segundo os dados do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apenas três ramos industriais registraram quedas de preços em julho: farmacêutica (-0,78%), bebidas (-0,22%) e calçados e couro (-0,13%).

Os aumentos de preços mais acentuados ocorreram em metalurgia (4,47%), papel e celulose (3,79%), indústrias extrativas (3,48%) e refino de petróleo e biocombustíveis (2,83%).

O setor de refino de petróleo e biocombustíveis exerceu a maior pressão sobre o índice nacional, contribuindo com 0,29 ponto porcentual (pp) para o IPP do mês. Houve contribuições relevantes também dos aumentos na metalurgia (0,28 pp), alimentos (alta de 0,86% e impacto de 0,21 pp) e indústrias extrativas (0,17 pp).

“A alta de 2,83% no setor de refino de petróleo e biocombustíveis, maior influência no mês, foi puxada, principalmente, pelos maiores preços da gasolina, que acompanharam o aumento dos preços internacionais do petróleo, e pelo aumento do álcool, que contou com uma maior demanda em julho”, explicou Murilo Alvim, analista do IPP no IBGE, em nota oficial.

Quanto à metalurgia e indústrias extrativas, houve pressão de uma alta nas cotações de alumínio, ouro, minério de ferro e petróleo, assim como do câmbio.

“Como a cotação dessas commodities é em dólar, a variação observada nas atividades foi ainda potencializada pelas recentes altas na taxa de câmbio. Em julho, o dólar teve uma apreciação de 2,8% frente ao real, e já acumula uma alta de 13,2% no ano e de 15,4% nos últimos 12 meses”, completou Alvim.

Os preços dos alimentos aumentaram em julho pelo quarto mês consecutivo.

“Esse resultado foi pressionado, principalmente, pelos aumentos observados no suco de laranja e no açúcar VHP, produtos exportáveis e que ainda estão com uma demanda externa aquecida. Como contraponto, as carnes bovinas frescas ou refrigeradas e o leite longa vida, com menores custos de produção e demanda em baixa, tiveram retração de preços e impactaram negativamente o resultado setorial”, justificou o analista do IBGE.

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