Ibovespa fecha no maior nível desde 17/7, com apetite ao risco global


Por Agência Estado

O apetite por risco se instaurou globalmente e puxou a Bolsa brasileira, com o Ibovespa conseguindo apagar as perdas do mês de agosto. A melhora de humor ocorreu após pedidos de auxílio-desemprego dos Estados Unidos caírem mais do que o esperado, afastando o temor de uma recessão na maior economia do mundo. Localmente, destaque para a temporada de balanços, com Petrobras – maior responsável em pontos pela alta do índice – divulgando seus resultados e, possivelmente, dividendos extraordinários após o fechamento.

“Tivemos uma melhora significativa ao longo do dia, não só no Brasil, mas ao redor do mundo inteiro, de fluxo propenso a risco, depois que tivemos o dado de pedidos de auxílio-desemprego ajudando e indo contra essa teoria de recessão mais intensa nos Estados Unidos para os próximos meses”, comenta Bernard Faust, sócio e assessor da One Investimentos.

O número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos caiu para 233 mil, contra expectativa de 240 mil solicitações. O dado, segundo Gustavo Bertotti, economista-chefe da Fami Capital, “contrastou um pouco com o payroll de sexta-feira, e agora o mercado entende que talvez a recessão dos EUA não esteja tão perto quanto se acreditava no início da semana”.

O ex-presidente dos Estados Unidos e candidato do Partido Republicano à Casa Branca, Donald Trump, apresentou um quadro pessimista sobre a economia americana durante coletiva de imprensa nesta tarde, mas não afugentou os investidores. Com isso, 64 ações (de 85) subiram no principal índice da B3.

O maior contribuinte para a alta do Ibovespa foi a Petrobras, com impacto positivo de 0,18 ponto porcentual. A ação ordinária (ON, +1,64%) fechou na máxima de R$ 39,70 e a preferencial (PN) subiu 1,60%, com ambas acentuando alta na parte da tarde em sintonia com o barril de petróleo, e expectativas pelo balanço. O WTI para setembro subiu 1,28%, a US$ 76,19 o barril, e o Brent para outubro avançou 1,06%, a US$ 79,16.

O mercado operou também na expectativa de potenciais dividendos extraordinários da estatal. O Bank of America (BofA), por exemplo, vê um retorno mínimo de dividendos de 9% nos próximos três trimestres da Petrobras, podendo aumentar para 13,5% com pagamentos extraordinários.

Segundo o Prévias Broadcast, a Petrobras deve registrar um lucro em torno de R$ 14,7 bilhões no segundo trimestre, 48,7% menor do que há um ano, impactado pelo acordo entre a estatal e o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Será o primeiro balanço financeiro da companhia na gestão de Magda Chambriard.

O Ibovespa fechou com alta de 0,90%, aos 128.660,88 pontos, no maior nível desde 17 de julho, após máxima (+1,00%) aos 128.793 pontos e mínima na estabilidade, aos 127.515,17 pontos. O giro financeiro foi de R$ 20,3 bilhões. O índice acumula alta de 2,06% na semana, e de 0,79% no mês.

Sair da versão mobile