Mensagem dura do BC desvia bolsa de máxima histórica


Por Agência Estado

Depois de renovar recorde histórico pela manhã (aos 134.781,44 pontos), o índice Bovespa perdeu o fôlego na parte da tarde a ponto de ficar abaixo do nível dos 134 mil pontos, mas em movimento tido pelos operadores como “natural” após oito pregões consecutivos de valorização. No cenário micro, com um possível retorno do ciclo de aperto monetário à frente, conforme indicado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, bancos aproveitaram para realizar lucros e as taxas curtas de Depósito Interfinanceiro (DI) em alta pressionaram as ações cíclicas, mais sensíveis a juros.

“Após oito sequências de alta, o Ibovespa chega numa região de certa resistência técnica, então me parece um pouco natural enxergar realização de lucros neste cenário”, afirma Lucas Monteiro, trader de Multimercados da Quantitas.

Hoje investidores acompanharam na lupa os comentários de Campos Neto em evento organizado pelo Barclays. “Não estamos dando um guidance, mas faremos o que for necessário para levar a inflação à meta – e, se aumentar os juros for necessário, nós aumentaremos”, disse na ocasião.

O Broadcast apurou ainda que, em reunião do Banco Central com economistas do mercado nesta manhã, os profissionais falaram na necessidade de uma elevação de até 2 pontos porcentuais na taxa.

Tais fatores fizeram com que parte do setor financeiro (bloco com maior peso no índice) partisse para uma realização de lucros. Segundo o analista da Melver Inácio Alvez, “um possível aumento nos juros, nos atuais patamares que eles já estão, pode ser ruim para os bancos, pois limita, torna a oferta de crédito mais cara”. Assim, Bradesco ON (-1,62%) e PN (-1,25%), Itaú PN (-0,84%) e Unit do BTG Pactual (-0,33%) cederam, depois de terem subido firme nos últimos pregões, enquanto Unit do Santander Brasil (+0,70%) e Banco do Brasil ON (+0,78%) se seguraram no azul.

O Ibovespa fechou em baixa de 0,15%, aos 133.953,25 pontos, após renovar recorde histórico aos 134.781,44 pontos (+0,47%) pela manhã e tocar mínima intradia (-0,22%) aos 133.852,67 pontos. O giro financeiro foi de R$ 28,5 bilhões. O índice fechou a semana em alta de 2,56%, acumulando valorização de 4,94% no mês de agosto, mas ainda recuando 0,17% no ano de 2024.

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