Cine Concerto é promovido pelo Cine UEM e Orquestra de Câmara da UEM

O Cine Concerto Modernista resgata as apresentações da época do cinema silencioso com trilha sonora executada ao vivo. Durante a ocasião, será exibido o filme “Limite” (dir. Mário Peixoto, 1931), com música eletroacústica, piano e orquestra de cordas, em comemoração ao Centenário da Semana de Arte Moderna. O evento, promovido pelo Cine UEM em parceria com a Orquestra de Câmara da UEM, é gratuito e acontecerá no dia 10/05, na Praça Zumbi dos Palmares, e 12/05, no Teatro Reviver Magó, sempre às 19h30.

FILME

“Limite”, dirigido por Mário Peixoto em 1931, é um filme modernista que resgata o cinema de poesia realizado por artistas ligados aos movimentos dadaísta e surrealista na Europa, porém abordando a realidade brasileira, em paisagens do litoral do estado do Rio de Janeiro.

A obra recebeu enorme influência da Semana de Arte Moderna, sendo concebida praticamente na mesma época em que Tarsila do Amaral pintou Abaporu, Oswald de Andrade lançou o Manifesto Antropofágico, Mário de Andrade publicou Macunaíma (1928). “Limite”, considerado o primeiro filme experimental brasileiro, traz personagens à deriva, que tentam sobreviver à um naufrágio, com imagens que destacam situações limítrofes. A narrativa não-linear é marcada por intensidades poéticas, fragmentos de vidas, espaços vazios e naturezas mortas que formam blocos de sensações.

“Limite”, que quase desapareceu nos anos 60, passou por duas restaurações, a primeira foi na década de 70, comandada pelo brasileiro Saulo Pereira de Mello e a segunda nos anos 2000, realizado pelo World Cinema Project, da The Film Fundation, organização criada pelo diretor Martin Scorsese.

MÚSICA

As músicas executadas são majoritariamente brasileiras, com diversas obras de Heitor Villa-Lobos, para orquestra de cordas e piano, Gilberto Mendes, Alberto Nepomuceno além do italiano Antonio Vivaldi e o francês Erik Satie.

Refletindo sobre a continuidade da Semana de 22 e os caminhos que ela apontou, o CINE CONCERTO Modernista traz também música eletroacústica gerada em tempo real a partir de diversas sínteses sonoras e processamentos de áudio inspirados em nos mais variados aspectos técnicos e simbólicos do filme.

Por se tratar de um filme em que a proporção de claros/escuros bem como a forte dialética entre quadros estáticos e em movimento, algorítmos de extração dessas características foram programadas para controlar diversos parâmetros da síntese sonora gerada em tempo real. Tais manipulações dos sons ancorados nas características das imagens ora resultam em sons com alto grau de referencialidade deixando-nos reconhecer elementos sonoplásticos por vezes literais, ora resultam em distorções tão proeminentes que nos jogam em uma escuta mais imaginativa.

SERVIÇO

Dias: 10/05 e 12/05
Local: Praça Zumbi dos Palmares (10/05) e Teatro Reviver Magó (12/05)
Hora: 19h30
Entrada Gratuita