Brasil faz estreia em fase de grupos da Copa Davis contra a Itália; veja formato de disputa


Por Agência Estado

Pela primeira vez no atual formato da Copa Davis, o Brasil disputará a fase de grupos, a partir desta quarta-feira, às 10 horas (de Brasília). A estreia do time nacional, liderado pelo capitão Jaime Oncins, será contra a atual campeã Itália em Bolonha, com uma vantagem incomum numa fase avançada da competição: os anfitriões não terão seus dois principais tenistas, o número 1 do mundo Jannik Sinner e Lorenzo Musetti.

A equipe brasileira vai competir no Grupo A, ao lado também da Holanda e da Bélgica. Esta chave será disputada sobre quadra dura na Unipol Arena, em Bolonha. Será a primeira vez que os tenistas nacionais disputarão esta fase da Davis no atual formato, que estreou em 2019. A mudança na elite do tênis mundial visa emular a Copa do Mundo de futebol, reunindo as principais equipes num mesmo local.

No total, 16 times vão disputar a fase de grupos, divididos em quatro chaves. O Grupo B será disputado em Valência e tem República Checa, França, Espanha e Austrália, segundo maior campeão da história da Davis e vice-campeã das duas últimas edições. A chave C, na cidade chinesa de Zhuhai, tem Alemanha, Chile, Eslováquia e Estados Unidos, maior vencedor da história da competição. E a D, em Manchester, conta com Canadá, Finlândia, Grã-Bretanha e Argentina.

Somente os dois melhores de cada grupo avançarão à fase final, que terá oito times em Málaga, na Espanha. Esta última etapa da Davis será disputada em formato de mata-mata entre os dias 19 e 24 de novembro, em quadra dura.

Para Jaime Oncins, o Brasil tem condições de buscar uma das vagas da sua chave. “Temos nossas chances. Todos os times são perigosos, merecem estar aqui e respeitamos todos, mas ao mesmo tempo sabemos que podemos vencer”, diz o capitão da equipe nacional.

Para esta estreia, Oncins aposta numa equipe que mescla a juventude de João Fonseca e a experiência de Marcelo Melo. “A gente tem a experiência e a juventude dos nossos jogadores que acabam formando um time forte e não tenho a menor dúvida que podemos surpreender”, projeta o capitão.

Apesar de ter apenas 18 anos, Fonseca vai integrar a equipe nacional pela quinta vez, sendo a segunda como titular. “Minha quinta vez com o time, segunda como jogador. Me sinto bem com as condições, serão ótimos jogos contra países grandes, estamos preparados”, disse o carioca (158º do ranking), que vem sendo orientado por Marcelo Melo.

“Estava falando ontem do João, quando comecei a jogar essa competição ele era um bebê. Acho que ele tem que curtir ao máximo. Essa competição você não decide por si próprio, é preciso ser convocado, é preciso estar jogando bem, é um ambiente diferente do circuito. Muito bom estar junto”, comenta o duplista de 41 anos (37º nas duplas).

Além dos dois, Oncins convocou Thiago Monteiro (76º), Felipe Meligeni (165º), que vem jogar as partidas de simples, e Rafael Matos (35º nas duplas), outro especialista em duplas. Thiago Wild, que era o número 1 do Brasil na época da convocação, perdeu espaço na equipe e não foi convocado após pedir dispensa no confronto com a Suécia, em fevereiro deste ano. Wild já foi o 58º do ranking neste ano e é o atual 98º.

TIME ITALIANO
O Brasil terá uma vantagem incomum em sua estreia na fase de grupos. Não precisará enfrentar o número 1 do mundo Jannik Sinner, que acabou de ser campeão do US Open. E nem Lorenzo Musetti, 19º do ranking, competirá. Mesmo assim, os anfitriões terão uma equipe difícil, a ser liderada por Flavio Cobolli (32ª) e o experiente Matteo Berrettini (43ª), vice-campeão de Wimbledon em 2021.

O capitão Filippo Volandri também chamou Matteo Arnaldi (33ª) e os destaques de duplas Andrea Vavassori (9º no ranking da categoria) e Simone Bolelli (12º). Vavassori foi vice-campeão nas duplas no Aberto da Austrália e em Roland Garros, este ao lado de Bolelli.

Os desfalques de Sinner e Musetti não surpreendem Oncins. “Eu já imaginava que isso fosse acontecer. O Sinner, se chegasse à final do US Open, dificilmente viria para a Davis. A Itália tem jogadores para fazer três, quatro times diferentes e continuar sendo uma equipe forte”, avalia.

FORMATO DOS CONFRONTOS
Todas as disputas dentro dos grupos contarão com três partidas, sendo duas de simples e uma de duplas. O terceiro jogo, de duplas, será sempre realizado, mesmo que o placar do confronto já esteja definido, por questões de desempate em eventuais igualdades na tabela de cada chave.

As partidas serão disputadas em melhor de três sets, com tie-break tradicional (até sete pontos) na terceira parcial, se necessário.

TABELA DO BRASIL
Após enfrentar os anfitriões italianos nesta quarta-feira, o time brasileiro vai enfrentar a Holanda na quinta-feira, também a partir das 10 horas, pelo horário de Brasília. Os tenistas nacionais terão descanso na sexta e voltarão a competir no sábado, contra a Bélgica, no mesmo horário.

CAMINHO DO BRASIL
Para alcançar a fase de grupos pela primeira vez na Davis, o Brasil precisou percorrer um caminho desde o início do ano passado, desde a categoria de acesso. Em fevereiro de 2023, os brasileiros superaram a China por 4 a 0 na série melhor de cinco jogos, pelos playoffs que deu lugar no Grupo Mundial I.

Na sequência, superou a Dinamarca por 3 a 1. O triunfo colocou a equipe nacional na fase classificatória da elite da Copa Davis. Em fevereiro deste ano, os brasileiros derrotaram a Suécia por 3 a 1, conquistando a vaga na fase final da competição, que será iniciada pela disputa em grupos nesta semana.

No formato anterior da Davis, os melhores resultados do Brasil são as semifinais de 1992 e 2000. Na primeira, Jaime Oncins era um dos atletas em quadra. E, na segunda, o time nacional tinha Gustavo Kuerten, Felipe Meligeni, André Sá e o próprio Oncins. Em formatos mais antigos, a equipe brasileira alcançou fase semelhante em 66 e 71, sob a liderança de Thomaz Koch.

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