Jogadoras da seleção de futebol exaltam força do grupo e vaga ‘desacreditada’ na final olímpica


Por Agência Estado

Autora de um gol e uma assistência nos 4 a 2 sobre a campeã do mundo Espanha, na semifinal dos Jogos Olímpicos de Paris-2024 desta terça-feira, a atacante Gabi Portilho fez um grande desabafo após a vaga definida na decisão diante dos Estados Unidos, no sábado (meio-dia de Brasília). Ao mesmo tempo em que celebrava e exaltava as companheiras, revelou que a desconfiança sobre a seleção brasileira serviu de combustível para uma classificação “desacreditada.”

“Desde o início, falei que se Deus deu a oportunidade de eu estar aqui, eu ia dar o meu melhor e ia fazer isso ser histórico. A gente vai sair daqui com a medalha de ouro”, mostrou confiança a atacante, ao SporTV. “Estou muito feliz, falei que a gente não ia desistir nunca, aqui é Brasil até o fim, a zebra passou maias uma vez, está na final e pudemos mostrar nossa força”, seguiu Portilho.

E lembrou das adversárias duras pela caminho: Nigéria, Japão, França e Espanha duas vezes. “Desde o começo, a gente só pegou pedreira, seleções acima de nós no ranking e a gente foi passando, fomos desacreditadas, diziam que era uma classificação culposa, sem intenção. Daí veio a França, a Espanha, e agora será os EUA. Vamos gigantes para a final, a gente sabe da qualidade delas, mas sabemos do que somos capazes e teremos a Marta de volta.”

A camisa 10 cumpriu suspensão contra França e Espanha por expulsão contra as espanholas no último jogo da fase de classificação. Terá a chance de redenção em uma final olímpica após somar dois vices, em 20024 e em 2008, justamente diante das americanas.

As jogadoras celebraram com a torcida e com as famílias. “Eu, sou brasileira, com muito orgulho, com muito amor”, cantaram as jogadoras. Fora por lesão dos Jogos Olímpicos, Tamires registrava a festa. Amparada por muletas, Antônia não segurava as lágrimas. Arthur Elias abraçava suas comandadas no campo, em forma de “agradecimento.”

Depois de ser questionado após a virada diante do Japão e pelo risco de possível eliminação na primeira fase, o treinador garantiu que levaria a equipe para o mata-mata e que o time faria bonito. A seleção segurou o ímpeto das francesas nas quartas, avançando com 1 a 0, e agora fez 4 a 2 com bela apresentação diante das espanholas.

A força do conjunto brasileiro se fez presente e as jogadoras fizeram questão de frisar essa união em torno da conquista de uma medalha. “Estou muito feliz. É um sonho poder ter a oportunidade de estar aqui e ser medalhista”, afirmou a goleira Lorena. ” Agora é descansar e se preparar para buscar nosso grande sonho, que é a medalha de ouro”, frisou, explicando o crescimento no mata-mata do Brasil.

“É um novo campeonato no mata-mata, o sentimento é outro, não que a fase de grupo seja qualquer jogo, mas a gente sabia que se perdesse estaria fora e colocamos o coração na ponta da chuteira e fizemos tudo o que a gente sabe”, exaltou.

“Difícil de acreditar, de cair a ficha, todo mundo sonha em estar em momento como essa. É parabenizar todo o grupo, a gente se fechou, falou que ia acontecer e deu certo. Muitas meninas machucadas, cansadas, sabia que seria assim (complicado) e hoje não foi diferente”, comemorou Angelina.

“A gente veio confiante para o jogo, jogou bem contra a França e isso deu uma confiança maior para o jogo de hoje. Sabia que nos últimos minutos a Espanha vinha concentrada, focada, a gente conversou sobre isso e deu certo”, revelou a defensora.

“A alegria é imensa, sair com esse resultado… Agora é pensar que estamos muito perto do objetivo e o resultado vem sendo mostrado. Temos muita confiança nesse grupo e nessa comissão”, endossou a volante Duda Sampaio, assim como a companheira de setor, Yaya. “Estou muito feliz, essa alegria é de todo o grupo, que jogou por todo o Brasil. É isso aí, estamos juntas.”

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