Representantes do Hospital Martagão Gesteira, da Liga Bahia de Combate à Mortalidade Infantil, que venceu a licitação para a operação no Hospital da Criança, estiveram no local na tarde desta quarta-feira, 24, para uma visita técnica. A visitação foi acompanhada pelo prefeito Ulisses Maia e secretários municipais.
Durante solenidade, antes de percorrerem as alas, o prefeito de Maringá reafirmou a data de inauguração, prevista para o dia 16 de setembro, com operação parcial, uma vez que o pleno funcionamento deve ocorrer aos poucos, em fases. Os representantes do hospital bahiano, que farão a administração do local, prevêem a contratação de aproximadamente 400 funcionários até a data, entre técnicos, enfermeiros e outras funções, sem contar os médicos – mais de uma centena – que devem ser contratados como prestadores de serviço. O contrato entre o município e os administradores deve ser assinado ainda este mês e as contratações de profissionais devem ocorrer em agosto, segundo cronograma apresentado pela administração municipal durante a visita técnica.
O hospital tem mais de 24 mil metros quadrados e 148 leitos de enfermaria, além de 40 leitos de UTI e 12 leitos de observação. Sessenta por cento do atendimento será do Sistema Único Saúde. “Nós abriremos inicialmente 61 leitos, ambulatório e hospital dia, para pequenas cirurgias, de média complexidade. Enquanto isso, vai se contratando pessoal, capacitando e com seis meses após a abertura a gente já abre a UTI, com 10 leitos. Nos primeiros dois anos a gente começa o trabalho de oncologia. A partir do terceiro ano a gente já entra com neurologia, depois ortopedia, cardiologia, transplantes e doenças raras”, disse Maria da Penha Marques Sapata, diretora-presidente da Agência Maringaense de Regulação. As especialidades que serão atendidas inicialmente ainda estão sendo definidas
O Hospital Martagão Gesteira completou 101 anos e é o maior hospital pediátrico no Norte e Nordeste do Brasil, com 28 especialidades médicas, incluindo oncologia, neurologia e cardiologia. A instituição apresentou proposta de R$ 210 mil pela outorga, com pagamento trimestral pelo período de dez anos de contrato, o que representa um valor total de R$ 8,4 milhões. Além disso, a instituição deverá arcar com os investimentos obrigatórios de R$ 12,3 milhões previstos em contrato. A proposta arrematante de R$ 20,7 milhões é R$ 2,4 milhões superior ao mínimo previsto, que era de R$ 18,3 milhões.
“Para nós é um sonho estar aqui. Quando nós pensamos em participar de uma concorrência em Maringá, no Sul do País, em uma outra realidade completamente diferente do Nordeste, é porque temos o espírito aventureiro. Nós estamos buscando esses novos desafios porque temos competência para isso”, disse Eduardo Athayde, conselheiro da entidade.
O cirurgião pediátrico e superintendente da Liga Álvaro Bahia, Carlos Emanuel elogiou o conceito funcional do hospital. “Ele foi muito bem pensado de forma a ter um crescimento contínuo, progressivo, sustentável, o que garante segurança na implantação do hospital e otimização dos recursos que aqui serão empregados”. Ele frisou ainda que o foco é no atendimento à criança vulnerável e com as doenças mais graves e disse que, para manter o funcionamento e atendimento à região, será preciso mobilizar toda a comunidade. “Nós somos uma instituição filantrópica. Nenhum sonho, sem o suporte financeiro, sobrevive. Nós entendemos que cuidar de crianças com doenças graves e sempre um grande desafio, que não deve ser pensado apenas pelo poder público. Nós entendemos que a sociedade civil deve se mobilizar para apoiar essas iniciativas”, afirmou.
