Maringaense vai vender fotos para ajudar aldeia atingida pela lama


Por Nailena Faian
Documentário de fotojornalista maringaense retrata drama de aldeia afetada pela lama em Brumadinho

Quase sete meses depois do rompimento de uma barragem destruir parte da cidade de Brumadinho, em Minas Gerais, as consequências da tragédia ainda persistem. Para alertar sobre isso e ajudar uma aldeia afetada, o fotojornalista maringaense Breno Thomé Ortega vai realizar uma exposição de fotos e vender as imagens para arrecadar dinheiro e destinar aos índios. 

Logo após o mar de lama da barragem da mina do Córrego do Feijão provocar tanta destruição e mortes, o jovem maringaense, de 23 anos, viajou para o local e com uma câmera fez os registros dos momentos tão tristes vividos pelos moradores de lá.

Ele passou alguns dias com os índios da Aldeia Pataxó. Eles moravam à beira de um rio que foi devastado pela lama.

“A aldeia dependia do rio para sobreviver. Eles usavam para pesca, para fazer rituais sagrados, tomar banho, para plantação. Além disso, a crença deles é que seu povo nasceu de uma gota de água do deus Tupã. Então além das perdas materiais, tem um valor muito simbólico para eles, então não vão sair de lá”, explica Ortega.

A data da exposição ainda vai ser confirmada, mas será no próximo mês, na Coletiva Mostra Multicultural, localizada na Zona 7. Todo o dinheiro arrecadado com a venda das imagens será doado para a aldeia se reestruturar.

No mesmo dia, será lançado o documentário feito pelo fotojornalista que retrata o drama vivido pelos índios da aldeia. A exibição será aberta ao público. 

“Após o fato ocorrido, já foram cinco tentativas de suicídio na aldeia e vários índios tiveram que ser realocados para outras aldeias. Eles estão vivendo hoje de doação. A água que bebem e a maioria dos alimentos são doados e não é de órgãos públicos nem da Vale”, diz indignado. 

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