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05 de maio de 2024

Mulheres são as mais afetadas pelo impacto da pandemia no mercado de trabalho


Por Drª. Juliana Franco Afonso Publicado 22/12/2021 às 14h52 Atualizado 19/10/2022 às 10h26
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Foto: Ilustrativa/Christin Hume/Unsplash

As mulheres trabalhadoras são as mais impactadas negativamente pela crise sanitária provocada pela pandemia do novo coronavírus. Muitas foram demitidas, tiveram seus salários reduzidos ou precisaram pedir demissão para cuidar dos filhos ou de parentes com comorbidades desde o início da pandemia, em março de 2020. 

Segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho, em 2020 houve uma redução de 462.905 postos de trabalho com carteira assinada ocupados por mulheres no Brasil, número 26 vezes maior que o dos homens, cuja redução foi 17.411. 

No Paraná 37.121 postos de trabalho ocupados por mulheres foram fechados em 2020, uma redução de 2,62% em relação a 2019. Por outro lado, o número de postos de trabalho preenchidos por homens teve um aumento de 6.910 novas ocupações, ou seja, um aumento de 0,4% em relação a 2019. 

No município de Maringá o cenário não foi diferente, pelo menos 2.407 postos de trabalho ocupados por mulheres foram fechados em 2020, uma redução de 3,26% maior que a média paranaense,  enquanto dos homens este número foi de apenas 942, representando 1,1% de redução.

Quais cargos ocupados por mulheres tiveram maiores baixas em Maringá? 

Praticamente todos os tipos de ocupações  sofreram reduções em 2020, no entanto os postos de trabalho mais comumente ocupados por mulheres foram os que mais sofreram com perda de mão-de-obra no momento em que a pandemia impõe restrições sanitárias, com destaque para três tipos de cargos: vendedoras do comércio (menos 1.542 ocupações); prestadoras de serviços administrativos (menos 755) e trabalhadoras na produção de bens e serviços industriais (menos 285). 

O Comércio, principalmente o de rua, foi um dos setores mais afetados na pandemia devido aos decretos de isolamento social, e a área de vendas e de serviços administrativos é um tipo de ocupação onde as mulheres predominam. Em Maringá, para cada um homem contratado para estes cargos, duas mulheres são contratadas, o que justifica em parte, o maior impacto nas mulheres que nos homens em termos de demissões. No entanto, isto não se verifica na indústria, onde os homens predominam, ocupando em torno de 83% dos cargos, e relativamente foram demitidos mais mulheres que homens neste setor. 

Perfil do mercado de trabalho feminino em Maringá

Segundo dados da Rais, Maringá apresenta em torno de 158.053 trabalhadores no mercado formal, ou seja, com carteira assinada, sendo 45% mulheres e 55% homens, seguindo a tendência paranaense e nacional cujas proporções são praticamente as mesmas.

Com relação ao grau de instrução, elas se destacam em relação aos homens. Em torno de 36% das mulheres que estão no mercado de trabalho formal possuem nível superior completo e incompleto, enquanto os homens esta proporção é de apenas  21%. 

No entanto, os cargos de alta direção como diretoria e gerência, ainda são ocupados na maioria por homens. Em Maringá existem 2500 mulheres ocupando cargos de alta direção nas empresas e instituições e 3.679 homens. 

Além disso, os homens ganham mais!

Em Maringá o salário médio das mulheres que estão no mercado formal de trabalho é de R$ 2.647,90 e do homem é de R$ 3.029,79, evidenciando que na média o homem ganha R$ 381 a mais que a mulher.

Quando avaliamos os salários dos cargos de alta direção e discrepância é maior ainda. De acordo com os dados da Rais de 2020, enquanto os homens, que ocupam o cargo de diretor de empresa, ganham em média R$ 15.986,16 as mulheres ganham em média R$ 7.285,45 ou seja a metade. Nos cargos de gerência não é diferente, os homens ganham em média R$ 6.112,01 e as mulheres R$ 4.171,22.

Mesmo com todos esses desafios e obstáculos, as mulheres vêm conquistando a cada dia mais espaço, e projetando uma mudança no mercado de trabalho, contribuindo para um novo cenário. Por isto a necessidade de políticas públicas para dar a mulher o suporte necessário para que possam permanecer no mercado de trabalho, ou até mesmo ingressar,  como a disponibilidade de creches para crianças de 0 a 3 anos, maior igualdade salarial, entre outros.

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