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26 de abril de 2024

Faculdades têm alta de 72% na taxa de devedores


Por Agência Estado Publicado 26/05/2020 às 11h44 Atualizado 22/02/2023 às 23h26
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Com a pandemia do novo coronavírus, a taxa de inadimplência nas instituições de ensino superior privado do País aumentou de 15,3% para 26,3% em abril, ante o mesmo mês do ano passado. Com isso, o índice de universitários em dívida aumentou 72% no período.

O levantamento foi divulgado ontem pelo Semesp, que representa instituições do ensino superior privado. A entidade projeta que, se a situação continuar, um quinto das instituições (21%) não conseguirá quitar a folha de pagamento de junho.

Já a taxa de estudantes que trancaram a matrícula ou desistiram do curso subiu 32,5% em abril em relação ao mesmo período de 2019, conforme a pesquisa. Os dados de inadimplência e evasão correspondem a 146 instituições de ensino superior e são referentes a cursos presenciais e a distância. No Brasil, três em cada quatro universitários estudam em uma instituição particular.

“Neste momento, a gente quer ver o impacto da pandemia, da paralisação das aulas presenciais e da crise econômica. O estrago só não é maior porque teve o ingresso de alunos no primeiro semestre, antes da pandemia, e 70% dos alunos ingressam no primeiro semestre”, diz Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, que representa 708 instituições de ensino superior no País.

No recorte que avaliou a taxa de evasão, a alta foi puxada pela desistência em cursos presenciais: 47% em relação a abril de 2019, principalmente de calouros. Nos cursos online, que costumam ser mais baratos, a taxa caiu 2,6% no período. Com a quarentena, muitas faculdades passaram a ampliar as classes remotas para alunos de graduações presenciais como forma de não paralisar as atividades.

O levantamento do Semesp também avaliou o impacto da pandemia de acordo com o porte das instituições. As de grande porte, com mais de 7 mil alunos, sofreram mais com a inadimplência: a taxa foi de 29,5%, enquanto as de pequeno e médio porte tiveram índice de 25,2%. A situação se inverte no quadro que analisou a evasão, onde o porcentual foi maior nas instituições pequenas e médias, de 2% para 3,1%. Nas de grande porte, subiu de 1,8% para 1,9%.

“Houve ingresso de novos alunos e, depois de 15 a 20 dias, as aulas foram suspensas no modelo presencial e ocorreu a deterioração da renda de alunos e das famílias. Em abril, a taxa de evasão é historicamente baixa, mas cresceu”, diz Capelato. “O efeito da crise se dá mais fortemente na inadimplência do que na evasão, porque a pessoa quer fazer o curso superior, mas a falta de dinheiro impede que pague a mensalidade”, completa.

“Se continuar nesse ritmo de crescimento, 21% das instituições não vão conseguir pagar a folha de pagamento em junho e 39% das instituições terão prejuízo superior a 20% da receita líquida em 2020.” Capelato analisa que, se reduções de mensalidades forem aplicadas, o cenário pode ser ainda mais grave.

Neste mês, a Fundação Procon de São Paulo emitiu nota técnica em que prevê negociação entre as instituições de ensino superior particulares e os alunos para tratar do pagamento de parcelas durante a pandemia. O órgão de defesa do consumidor não incluiu, porém, recomendação de descontos, com o entendimento de que essa perda de receita traria danos significativos ao setor. No mês passado, a União Nacional dos Estudantes (UNE) lançou abaixo assinado pedindo redução de mensalidades na rede privada.

Para Capelato, ampliar o Fies – programa federal de financiamento em faculdades privadas, hoje com cerca de 100 mil vagas anuais – e garantir linhas de crédito às instituições poderiam dar fôlego às faculdades.

‘Tempestade perfeita’

Para Hugo Cysneiros, advogado da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil, o ensino superior foi atingido por uma “tempestade perfeita”, já que o setor ainda não havia se recuperado da crise econômica.

Ele também diz que, por causa do ensino remoto adotado por parte das escolas na pandemia, alguns alunos entenderam que o serviço é diferente daquele que foi previsto no contrato – no caso, o ensino presencial. “Ainda que esteja sendo prestado, para eles não justifica estar sendo cobrado da mesma forma.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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