Lençóis Maranhenses viram Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco


Por Agência Estado

O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, uma das principais atrações turísticas do Brasil, foi reconhecido nesta sexta-feira, 26, como Patrimônio Natural Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Popularmente, esse reconhecimento é chamado de Patrimônio Natural da Humanidade.

A decisão foi revelada na 46ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco, sediada em Nova Deli, na Índia. Para ser premiado pela agência da ONU, os lugares devem apresentar, em geral, “um valor universal excepcional”, que pode ser atingido por meio de um alto grau de beleza natural, de uma extrema biodiversidade ou também por carregar uma importância geológica.

Os Lençóis são conhecidos pelas belas lagoas de água doce em meio a grandes dunas de areia. O pleito do Brasil foi baseado no critério de contemplar “fenômenos naturais superlativos”, “por ser uma área de excepcional beleza natural”, e também por se tratar de um “exemplo notável” de lugar que apresenta processos geológicos ou geomórficos significativos.

O título confere ao lugar contemplado maiores garantias de proteção e preservação ambiental, além de um aumento no poderio turístico da região. O governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), viajou à Índia junto com secretários de Estado.

Região é maior do que cidade de SP

O Parque Natural dos Lençóis Maranhenses fica no Nordeste, na costa leste do Maranhão. É uma região administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.

Tem uma área de 1.565 km² (maior que a cidade de São Paulo, que tem 1.523 km²), dos quais cerca de 60% do território é composto por extensa cadeia de dunas sinuosas, mediadas por lagoas – de formações temporárias ou permanentes – que se formam ou se avolumam conforme o período de chuvas.

A formação desse campo de dunas sucessivas, conectadas umas às outras, data do período Quartenário (que compreende de 2,5 milhões de anos atrás até a atualidade). Ela se explica pelos movimentos de avanço e recuo do mar aliado à ação dos ventos, que também contribui para o depósito de sedimentos e transformação das montanhas de areia.

Na época das chuvas, que corresponde ao primeiro semestre, as lagoas se preenchem de água, formando um cenário de alta beleza natural e valor turístico.

O parque está em uma região de transição dos biomas do Cerrado, da Caatinga e Amazônia, e apresenta uma vegetação composta por formações pioneiras de restinga, manguezais e de influência fluvial, um tipo de flora que responde aos efeitos das cheias dos rios.

Por lei, a administração da área deve contemplar um plano de manejo – normas que orientam o uso do espaço – para a área da unidade de conservação, para as zonas de amortecimento, para os corredores ecológicos e também para os recursos naturais.

Outros patrimônios brasileiros

O parque agora se junta a outras sete localidades brasileiras já contempladas com a mesma nomeação.

– Parque Nacional do Iguaçu (em Foz do Iguaçu, Paraná, na fronteira com Argentina e Paraguai)
– Reservas da Mata Atlântica do Sudeste;
– Reservas da Mata Atlântica da Costa da Descoberta;
– Complexo de Conservação da Amazônia Central;
– Área de Conservação do Pantanal;
– Ilhas Atlânticas Brasileiras, que integram Fernando de Noronha e Atol das Rocas;
– Unidades de Conservação do Cerrado: Parque Nacionais Chapada dos Veadeiros e Ema.

Sair da versão mobile