Prefeito de Mogi das Cruzes acusa administração de Bertioga de levar moradores de rua à cidade
O prefeito de Mogi das Cruzes, Caio Cunha (Podemos), acusou a administração de Bertioga de levar pessoas em situação de rua até a cidade utilizando carros oficiais. Em vídeo publicado em uma rede social, ele afirma que a situação foi identificada “diversas vezes” pelo sistema de monitoramento eletrônico do município e diz que tomará “medidas cabíveis” após tentativas de diálogo com a prefeitura vizinha.
Na publicação do prefeito, imagens de uma câmera de segurança mostram quatro passageiros desembarcando e descarregando seus pertences em uma rua de Mogi no último dia 27. Não é possível confirmar apenas por este registro se o veículo pertence à frota de Bertioga nem se essas pessoas vivem em situação de rua.
“Há quem diga que por diversas vezes Mogi das Cruzes fez o mesmo com Bertioga. Nossa gestão não pactua com isso. Da mesma forma que não faz, também não admite que seja feito aqui em nossa cidade”, disse Cunha na publicação.
O prefeito também diz que tentou resolver a questão de forma “amigável e diplomática” com a cidade vizinha, mas que terá de “tomar as medidas cabíveis para solução dessa situação”. A prefeitura foi questionada, mas não esclareceu quais medidas são essas.
“É um problema social sério, um problema também de saúde pública e saúde mental sério que precisa ser tratado com muita responsabilidade. Não pode ser romântico e muito menos higienista”, acrescentou o prefeito de Mogi.
Com a repercussão do vídeo, a prefeitura de Bertioga emitiu uma nota oficial, dizendo que as pessoas que aparecem nas imagens viviam em situação de vulnerabilidade social e foram encaminhadas até sua cidade de origem através de um programa do município.
“O programa identifica e acolhe as pessoas com assistente social e psicólogo. Aqueles que manifestam o desejo de recomeçar a vida em suas cidades, ao lado dos familiares, são inseridos no programa, sendo encaminhados até sua cidade de origem”, diz a nota.
O comunicado diz ainda que a prefeitura verifica se a pessoa tem vínculos familiares e sociais antes de ser enviada a outra cidade. “Após isso, entra em contato com a família da pessoa para um retorno de forma responsável. Todos são acompanhados até o embarque na estação de trem ou de ônibus, com a passagem paga pela prefeitura”.
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