Relembre briga de Silvio Santos com Zé Celso pelo Parque do Bixiga


Por Agência Estado

Silvio Santos morreu neste sábado, 17, aos 93 anos de idade, após um longa disputa por 11,1 mil m² em terrenos que eram de sua propriedade. A Prefeitura de São Paulo chegou este ano a um acordo para construção do Parque do Bixiga na região central da cidade.

Vereadores da capital discutem agora pelo nome do futuro parque: parte deles quer homenagear o apresentador de TV; outros querem que o parque leve o nome do dramaturgo José Celso Martinez Corrêa, que morreu no ano passado.

O vereador Celso Giannazi (PSOL) apresentou emenda com a proposta de Parque Municipal do Rio Bixiga Zé Celso Martinez Corrêa, e o vereador Xexéu Tripoli (União Brasil) sugeriu Parque do Bixiga – José Celso Martinez Corrêa.

Já os vereadores Rubinho Nunes (União Brasil) e João Jorge (MDB) propuseram a denominação Parque Abravanel, em referência ao sobrenome da família de Silvio Santos. Na época, não seria permitido uma homenagem direta ao dono do SBT, pois são proibidas em espaços públicos enquanto a pessoa está em vida.

Zé Celso e Silvio Santos se encontraram algumas vezes ao longo dos anos. Em 2004, Silvio Santos chegou a visitar o teatro durante os preparativos para a montagem da peça Os Sertões. O encontro mais conhecido foi em 2017, em conjunto com representantes da gestão do então prefeito João Doria e o então vereador Eduardo Suplicy.

Os terrenos ficam na Bela Vista, no entorno da sede do Teatro Oficina, que reivindica a criação do parque há 40 anos, especialmente defendida por Zé Celso. As tentativas de acordo entre o artista e o apresentador geraram repercussão nos últimos anos, mas sem uma resolução.

Durante anos, o dramaturgo realizou textos-manifesto, reuniões, entrevistas, performances artísticas e mobilizações públicas contra a construção de edifícios no entorno do Teatro Oficina, cujo terrenos pertenciam à Sisan Empreendimentos, do Grupo Silvio Santos.

No espaço, a construtora já propôs a construção de um shopping e de um condomínio de três torres, mas que nunca saíram do papel.

No mês passado, a Prefeitura, a Uninove e o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) chegaram a um acordo para a antecipação do pagamento – de quase R$ 65 milhões – dos recursos necessários para a desapropriação da área no centro paulistano e compra dos terrenos do Grupo Silvio Santos.

No projeto de lei de inclusão do Parque do Bixiga, a justificativa da Prefeitura aponta que abrange um bairro histórico, plural e único. Também diz que a criação do parque advém do que reconhece como “luta popular” de moradores e visitantes. Não há prazo certo para a inauguração do parque.

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