Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

15 de agosto de 2024

Governo desiste de mudança que poderia reduzir piso da Saúde


Por Agência Estado Publicado 15/08/2024 às 07h00
Ouvir: 00:00

O Ministério da Fazenda tentou emplacar uma mudança no projeto de renegociação das dívidas dos Estados no Senado que poderia diminuir os gastos com saúde pública – uma das áreas que pressionam as contas públicas – projetados para os próximos anos. O texto, porém, repercutiu mal entre aliados do governo no Congresso e governadores, levando o Executivo a recuar e a pedir que o relator do projeto, senador Davi Alcolumbre (União-AP) retirasse o dispositivo do parecer.

A proposta alterava o conceito de Receita Corrente Líquida (RCL), que serve para calcular quanto a União deve gastar com ações e serviços públicos de saúde, a partir de 2028. Além de mexer com o piso da Saúde, a mudança forçaria Estados a reduzir gastos com servidores, que são calculados pelo mesmo parâmetro – o que desagradou a governadores.

A Constituição estabelece que o governo federal deve desembolsar 15% da Receita Corrente Líquida em gastos com saúde, incluindo exames, cirurgias, construção de hospitais, postos de saúde, pagamento de profissionais e apoio a Estados e municípios. Esse gasto pressiona o arcabouço fiscal e pode deixar outras despesas do governo federal sem dinheiro a partir de 2028, como mostrou o Estadão.

O conceito de Receita Corrente Líquida está na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF); portanto, a alteração não dependeria de mudança na Constituição, mas de uma lei complementar, como é o projeto do Senado. A ideia de mexer na Constituição para mudar o piso encontrou resistência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A proposta de alterar a LRF, que entrou na primeira versão do parecer de Alcolumbre, retirava da base de cálculo da RCL receitas extraordinárias, que o governo não arrecada a todo momento – entre elas concessões e permissões; dividendos e participações, como é o caso do lucro da Petrobras; receitas de exploração de recursos naturais; e receitas de programas de recuperação fiscal dos Estados e municípios com a União.

Para os Estados e municípios, a mudança impactaria diretamente nas contas públicas. A RCL serve como parâmetro para definir o limite de gastos com pessoal. Com menos receitas no cálculo, haveria pressão maior para reduzir despesas com a folha salarial. Estados mais dependentes de receitas extraordinárias do petróleo, como o Rio de Janeiro, onde um quarto da receita vem de royalties e participação especial, teriam de reduzir mais os gastos com servidores.

A intenção, de acordo com o relator, era evitar que governos estaduais e municípios usem receitas extraordinárias, que só aparecem uma vez ou outra, para aumentar gastos que se tornam permanentes e oneram a manutenção da máquina pública. “A alteração proposta é para excluir do conceito receitas eventuais, sem caráter continuado. Essa medida evita que receitas eventuais deem ensejo à assunção de despesas de caráter permanente, fortalecendo a responsabilidade fiscal”, escreveu Alcolumbre. Na segunda versão, porém, a mudança desapareceu do relatório, a pedido do governo.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

Taxa de desemprego no 2º tri foi de 5,6% para homens e de 8,6% para mulheres, revela IBGE


O desemprego entre as mulheres permanecia consideravelmente mais elevado do que entre os homens no País no segundo trimestre de…


O desemprego entre as mulheres permanecia consideravelmente mais elevado do que entre os homens no País no segundo trimestre de…

Economia

Dirigente do Fed diz que hora de cortar juros ‘pode estar chegando’


O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Saint Louis, Alberto Musalem, disse que “pode estar chegando…


O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Saint Louis, Alberto Musalem, disse que “pode estar chegando…

Economia

Lula sobre agro: ‘Não fico pensando se o cara gosta de mim, eu faço porque tem que fazer’


O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, enalteceu os feitos de governos petistas no agronegócio e disse que…


O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, enalteceu os feitos de governos petistas no agronegócio e disse que…