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14 de maio de 2024

Humildade não é humilhação


Por Gilson Aguiar Publicado 07/06/2019 às 11h34 Atualizado 22/02/2023 às 18h38
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Tem que se entender a diferença entre a boa educação e o abuso da bondade. Porém, o culpado do excesso é, em regra, a própria vítima. Não podemos confundir a boa educação, necessária e diária, com a submissão à vontade alheia. Isto é comum, mais do que se imagina. Tem muita gente abusando de outra pessoa e explorando a dificuldade de colocar limites pela “vítima”.

Nas relações é anormal ter alguém que suga e outro que é sugado. O abuso existe e tem cumplicidade. O tempo desta exploração pode durar muito, virar um hábito e se tornar uma parte do perfil do abusado, se naturalizar sem ser natural. Por isso, não é fácil romper com a rotina da humilhação confundida com humildade.

Estamos em tempos em que as mensagens constantes de valorização dos interesses particulares parecem ser incorporadas. Contamina-se a mente de que nossos desejos estão acima dos demais e que todos devem no atender o tempo todo. Esta mensagem excessiva de valorização da particularidade contribuiu para confundir o humilde com o otário. Às vezes fazer-se um otário e eliminar um humilde.

Não vamos, contudo, colocar inocência demasiada no humilhado. Ele, por algum motivo, deixou, cedeu, permitiu que seu território de dignidade e preferência pessoal fossem invadidos e tomados pelo alheio. Há um pacto que precisa ser encerrado. Retomar o território pessoal é necessário. Um desafio, porém. O invasor não quer sair com facilidade, fará de tudo para resistir.

Se em uma conversa amistosa, um diálogo civilizado, tudo parece se resolver, na prática irá se sentir a resistência daquele que tomou o espaço de respeito do outro. O invadido não deve deixar barato, não pode recuar, deve expulsar. Se na cordialidade não se tem sucesso, a saída pode ser uma ruptura dolorosa. Não temer o fim da relação. Melhor ser dono de sua dignidade só do que estar invadido e humilhado acompanhado.

Na solidão descobrimos que muito do que se considerava do outro é, na verdade, um valor seu. Aprendemos que os méritos que não creditávamos a nós, considerávamos do outro, são patrimônio nosso. Isso é fundamental. Além de se retomar seu território, aprender que se é muito mais do que se imaginava e maior do que se pensava, se tem o sabor magnífico da liberdade. Um mundo que agora se coloca a sua frente para ser explorado e não mais invadido e tomado.

Aprenda a usar seu território e não deixar que ninguém o tome. Garanta para sempre ser senhor de sua existência. O que não quer dizer que se deve fazer o que se quer, mas saber o que se quer para não deixar outra pessoa decidir e agir por você. Entender que não se pode controlar tudo, mas que sua vida e suas escolhas são suas. Sentir com todo o gosto a liberdade. A magnífica possibilidade de fazer de uma jornada um caminho que desenha suas escolhas.

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