Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

30 de junho de 2024

Juros: taxas sobem por alta do dólar e impulso extra de receio com cenário fiscal


Por Agência Estado Publicado 25/06/2024 às 18h09
Ouvir: 00:00

As dúvidas sobre as chances de um corte nos juros dos Estados Unidos, que deram força ao dólar, somadas às preocupações com o cenário fiscal e aos sinais reiterados de preocupação do Comitê de Política Monetária (Copom) com a desancoragem das expectativas de inflação levaram a mais um aumento nas taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI), principalmente na parte longa da curva, mais afetada pela percepção de riscos.

Marcos Weigt, head da Tesouraria do Travelex Bank, mencionou que hoje houve um movimento geral de valorização do dólar, em particular na comparação com moedas emergentes, mas que o comportamento do real foi “um pouquinho pior”, o que repercutiu também na curva de juros.

“Quando você olha a taxa de cinco anos do Brasil contra o México, em janeiro o diferencial estava 1,50 ponto maior aqui do que lá. Agora, está em 2,42, sendo que a gente cortou mais taxa do que eles. Essa deterioração de risco é por causa do fiscal”, avaliou.

“O mercado como um todo está muito sensível e aguardando alguma notícia do lado fiscal. A postura do Banco Central na semana passada mantendo a taxa com unanimidade foi uma notícia boa, mas aí chega um ponto em que necessita de alguma notícia mais positiva”, afirmou o economista-chefe do Integral Group, Daniel Miraglia,

Hoje os investidores também digeriram a ata da mais recente reunião do Copom. No documento, o Banco Central aumentou a sua estimativa de taxa de juros real neutra, de 4,5% para 4,75%, e antecipou uma revisão na sua estimativa de hiato do produto. O grupo apontou que o hiato saiu do território negativo, conforme a estimativa divulgada no final de março, para “em torno da neutralidade”.

O mercado inicialmente não reagiu ao documento, mas acabou olhando para a ata com mais atenção no decorrer do dia, segundo Filipe Arend, head de renda fixa da Faz Capital. Ele considerou que o documento manteve o “tom duro” já reproduzido no comunicado publicado na quarta-feira passada, mas trouxe “elementos adicionais”, em particular a respeito do cenário fiscal.

“O Copom muitas vezes frisou na reunião anterior a respeito do risco fiscal, de todo o potencial que isso tem para desancorar as expectativas de inflação, mas hoje isso foi reforçado múltiplas vezes”, disse Arend, acrescentando que as preocupações com o cenário externo também chamaram a atenção.

A taxa do contrato de DI para janeiro de 2025 subiu a 10,555%, de 10,554% ontem. A taxa para janeiro de 2026 teve alta a 11,100%, de 11,092%, enquanto a taxa para janeiro de 2027 aumentou a 11,475%, de 11,449%. Na ponta longa, a taxa para janeiro de 2029 subiu a 11,915%, de 11,850%.

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

Ex-diretora da Americanas se entrega em Lisboa e deve chegar ao Brasil nesta 2ª


A ex-diretora da Americanas Anna Christina Ramos Saicali, que chegou a ter a prisão preventiva decretada, se entregou em Lisboa…


A ex-diretora da Americanas Anna Christina Ramos Saicali, que chegou a ter a prisão preventiva decretada, se entregou em Lisboa…

Economia

BIS alerta para ‘cenário desafiador’, mas vê aumento de juros apenas em caso extremo


O Banco de Compensações Internacionais (BIS) alerta para um cenário ainda “desafiador” na economia global, mas descarta aumento de juros…


O Banco de Compensações Internacionais (BIS) alerta para um cenário ainda “desafiador” na economia global, mas descarta aumento de juros…

Economia

Afluência abaixo da média, La Niña e aversão a risco aquecem preços de energia


O baixo volume de chuvas, a perspectiva de formação do fenômeno La Niña e um mercado com pouca volatilidade nos…


O baixo volume de chuvas, a perspectiva de formação do fenômeno La Niña e um mercado com pouca volatilidade nos…