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16 de maio de 2024

Liberdade não é egoísmo


Por Gilson Aguiar Publicado 10/02/2020 às 11h55 Atualizado 24/02/2023 às 01h52
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A grande maioria de nós ama o direito de escolher, de ir e vir, de fazer o que deseja e de ser respeitado, notado. Se tudo isto vir em um pacote, melhor. Quem não deseja um lugar ao Sol, mais que isso, alguns desejam ser o “próprio Sol”.

Não se pode negar que há uma valorização do indivíduo na sociedade atual. Queremos respeito e nossa vontade deve contar nas decisões que tomamos. A particularidade conta. Não por acaso as campanhas publicitárias apelam para o desejos do indivíduo para oferecerem produtos e serviços. Nada deve estar acima do indivíduo.

“O homem é a medida de todas as coisas”, frase de Protágoras, filósofo, para alguns um sofistea, grego do Século V, dava a subjetividade, a particularidade, o centro de tudo que está a nossa volta. A experiência de cada um é a medida para o saber que a particularidade traz em si. Esta lógica vai contra o conceito de verdade absoluta ou busca que o ocidente tem de uma verdade universal. O pensador grego não desejava encerrar uma dilema, mas dar a ele a importância da particularidade.

O que temos na atualidade é a banalização da máxima de Protágoras. Entre o respeito a forma que cada um dá às suas experiências merece respeito, mas desconsiderar a existência alheia é outra. Sustentarmos nossos interesses e colocá-lo acima da própria condição coletiva como necessidade de sobrevivência é uma alucinação.

O respeito aos interesses particulares não significa a guerra de todos contra todos. A dor de um não resume a dor de todos, com certeza. Porém não é a maior dor do mundo só por que é a sua dor. As estatísticas são a proporção da humanidade e não o drama da particularidade. Uma obra que comenta o drama de um indivíduo pode sensibilizar uma multidão, mas não resume a dor de todos em um só ato.

Abandonamos o debate coletivo e idolatrar os interesses particulares como uma busca incessante. Quando a liberdade significa ações deliberadas em sem parâmetros, corremos o risco de um conflito generalizado e anárquico. A democracia não é isso. Já temos egoístas demais. Alguns ao nosso lado, dia a dia, outros, descobrimos diante do espelho.

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