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15 de maio de 2024

Personalismo emperra obras públicas


Por Gilson Aguiar Publicado 27/09/2019 às 14h15 Atualizado 24/02/2023 às 09h51
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Na história da república há sempre os personagens que desejam estar acima da função que exercem. Como se o poder em si não tivesse que se justificar pela representatividade que lhe colocou à frente do cargo público. No Brasil isto é muito comum, o personalismo é marca registrada de muitos homens públicos.

Nesta defesa de si acima da função se esquece das obrigações com a população. Obras públicas, por exemplo, empenhadas em governos anteriores são abandonadas. O “novo governo” com velhas práticas age como se não houvesse passado. Personifica seus atos de gestão e rompe com projetos e planos elaborados de forma coerente pelo antecessor.

Um exemplo disto é o que está acontecendo com o Hospital da Criança em Maringá. Uma obra necessária que foi anunciada em 2017. No governo estadual que antecedeu o atual já havia previsão e recurso separado para a construção da unidade de saúde. Mas agora, o atual governo diz não ter empenho, recurso programado. A prefeitura municipal também tirou do orçamento e há a possibilidade de o Hospital da Criança ter sua construção interrompida.

A prática é comum em todo o país. Típica das sociedades onde a administração pública não tem como orientação para sua função aquilo que a racionalidade descrita para o cargo exige. Se governa mais pela sensação imediata do poder, pelas decisões simplificadas na vontade do líder do que da necessidade da população. Se considera que aquilo que o povo pede como necessário seja interpretado com ações remediadas e não atos de solução definitiva.

Nós cidadãos temos nossa responsabilidade. Nos relacionamos com o poder apenas no momento da escolha do líder. Não exercitamos o acompanhamento e avaliação constante daquele que nos lidera. Esperamos a ação do mandatário e não cobramos as ações necessárias. Não colocamos constantemente a nossa vontade. Aquilo que consideramos necessário.

Fazemos constantemente o pacto medíocre de aceitar que o personagem se eleve acima da função. Desta forma, se mantém pelos atos imediatos e pirotécnicos que encantam. Nos empolgamos e elegemos o festivo. Porém, nunca vamos ter uma solução para aquilo que é anunciado como problema de fato. Gastamos boa parte de nosso tempo na alegoria dos atos personalistas e não percebemos o quanto estamos nos distanciando do caminho que poderia resolver nossos dilemas.

 

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