Esquema tentou desviar R$ 60 milhões de agência bancária de Porto Rico
O esquema que quase provocou um rombo de R$ 60 milhões na agência do Banco do Brasil em Porto Rico (a 170 quilômetros de Maringá) começou a ser investigado em setembro do ano passado. Foi a época em que o banco percebeu a movimentação criminosa. Quando o dinheiro foi transferido para contas de pessoas físicas e jurídicas, a polícia já estava no encalço dos suspeitos.
O dinheiro foi em seguida recuperado e o gerente da agência teve decretada uma medida cautelar diversa da prisão. Ele não pode entrar na agência e para sair de casa precisa comunicar o juízo.
O homem é suspeito de participar do esquema juntamente com um microempreendedor. Outras pessoas podem estar envolvidas e serão investigadas. Nesta terça-feira, 19, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em Maringá, Porto Rico e Loanda.
O delegado Guilherme Dias, de Curitiba, que veio acompanhar a ação policial em Maringá, falou sobre a investigação. Segundo ele, os investigados moram em Maringá e, por isso, mandados de busca e apreensão foram centralizados na cidade.
“Essa investigação se iniciou com a comunicação por parte do setor de investigação interna do banco que nos informou sobre a transferência fraudulenta, e então nós passamos a monitorar a ação de toda essa quadrilha. Na data de hoje, nós cumprimos mandados de busca e apreensão expedidos pelo juízo de Loanda com o fim de apreender documentos, aparelhos eletrônicos que são utilizados nas fraudes para angariar senhas e conseguir consumar a transação multimilionária em favor dos criminosos”, explicou o delegado.
Segundo ele, os suspeitos se preparam por aproximadamente um ano para, efetivamente, conseguirem fazer os desvios.
“Primeiro, eles conseguem subtrair senhas de gerentes Brasil afora, que são utilizadas para acessar o banco remotamente. A partir daí, eles aliciam outros gerentes e outras pessoas para criar contas bancárias nas agências desses gerentes. Então, em dado momento, a pessoa vai até esse gerente que faz parte da organização criminosa, cria uma conta e um perfil bancário. Quando todas as senhas já estão em poder dos agentes, quando a conta bancária já está consolidada, eles realização essa transferência – que nesse caso específico foi de R$ 60 milhões e que foi imediatamente transferida para outras contas e empresas. Nesse período, tanto o banco quanto a polícia estavam monitorando a ação desses criminosos. E conseguimos recuperar todo o valor”, afirma o delegado.
Conforme destaca Dias, fraudes como essa acontecem diariamente, e não apenas no Paraná, mas também em outros estados brasileiros. “É um trabalho contínuo de investigação dessas fraudes que acabam causando prejuízos multimilionários para o banco e atingindo de forma indireta os correntistas. Nós temos indícios de que esses investigados consultavam as contas bancárias de correntistas de outras cidades, que não tinham relação nenhuma com aquela agência [de Porto Rico], e dias depois aquela mesma conta era objeto de fraude, vitimando correntistas”, acrescenta o delegado.
A reportagem da CBN Maringá não conseguiu contato com os advogados dos suspeitos.
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