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08 de maio de 2024

Perene


Por Passeio Publicado 13/08/2022 às 23h44 Atualizado 19/10/2022 às 10h57
 Tempo de leitura estimado: 00:00
Fonte: pixabay

Existe uma lógica perene na sociedade. Logicamente, há a lógica que conhecemos e nem sempre queremos admitir, a lógica que está exposta todos os dias em qualquer lugar. As pessoas se dominam, se subjugam, se digladiam com base em alguns tipos de poderes: o dinheiro, o desejo, a vaidade. Desses três, certamente a vaidade é o mais potente e mais irracional. É com essa lógica que todo mundo anda por aí no dia a dia, cada um tentando se sustentar em um lugar de poder, tentando vencer apesar de tudo e de qualquer coisa. É por conta dessa lógica que as pessoas trabalham muito tentando amontoar um tanto de dinheiro, comprar roupas de marca, exercer funções de chefia.

            A lógica perene não é vista, ou, quando é, não é entendida. O padeiro acorda antes de todo mundo para fazer o pão que será servido na mesa das pessoas de manhã, mas ninguém entende realmente o quão importante é seu trabalho. O advogado não sabe fazer pão, nem muito menos o médico. Dadas as devidas exceções, quem sabe fazer pão é o padeiro. Obviamente, fazer pão não é a mesma coisa que fazer uma cirurgia cardíaca ou o inventário de uma herança. Provavelmente, fazer pão é mais simples. Entretanto, o pão na mesa todos os dias é uma daquelas coisas que torna a vida mais confortável.

            Imagine que todos os dias existem dezenas e centenas de pequenas coisas que tornam a vida mais fácil, possível, agradável. O motorista de ônibus que foi de bicicleta barra circular até a garagem para pegar o ônibus para levar você do ponto mais próximo de sua casa até seu trabalho. O motorista de aplicativo que está com uma dívida de cinquenta mil reais no banco para financiar um carro para possibilitar que você pague para ir aonde quiser, quando quiser, dia e noite. A faxineira que faz o turno da noite para que o escritório esteja limpinho pela manhã. O agricultor que colheu a alface com o sol forte na nuca e o dono do sacolão, que foi ao Seasa de madrugadinha para que você pudesse comer verduras fresquinhas.

            Agora, se sabemos que existem duas lógicas distintas no cotidiano, a qual dela devotamos nosso pensamento, nossa energia, nossa gratidão e nossa força vital? A quem olhamos como modelos na sociedade e quais são exemplos que desejamos seguir? Talvez, o mais importante seja questionar qual dessas lógicas nós ensinamos para nossas crianças e quais são as consequências disso para o mundo que queremos viver?

            A cada momento de vida existe a possibilidade de uma escolha. É isso que nós chamamos de ética e é isso que falta tanto na nossa educação, no nosso pensamento. É por isso que a inflação está alta e tanta gente está passando fome ou outras necessidades. Tudo está relacionado. A falta de amor não é um problema de casais de meia idade é um problema de todos nós o dia todo, em todo lugar.

            Há muito tempo não se ensina amor nas igrejas, mas sim poder. Fingem que há uma batalha sobrenatural para não falarem sobre a guerra da sociedade, que é real e que poderia ser evitada a partir de cada e qualquer uma das grandes tradições religiosas.            

A vida não é algo para ser vivida no automático. É preciso pensar, é preciso sentir, é preciso amar.

Pauta do Leitor

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