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08 de maio de 2024

O brasileiro produz mais de 10 quilos de resíduos eletroeletrônicos por ano


Por Rogel Martins Barbosa Publicado 08/10/2021 às 02h47 Atualizado 19/10/2022 às 10h25
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Em 2019, o mundo gerou impressionantes 53,6 Mt de lixo eletroeletrônico, média de 7,3 kg per capita. Estes são os alarmantes números apresentados pelo The Global E-waste Monitor 2020.

Ranking mundial

Quem mais produz é a Europa com 16,2 kg per capita ano.

A Oceania foi o segundo com 16,1 kg per capita. O continente americano com 13,3 kg per capita. A Ásia com 5,6 kg per capita e na lanterna a África com 2,5 kg per capita.

Apenas 17,4% do lixo eletroeletrônico gerado foi reciclado, num total de 9,3 Mt.

Quem mais recicla

O primeiro lugar ficou para a Europa com 42,5%. O segundo lugar ficou para a Ásia ficou com 11,7%.

O continente americano com 9,4%, a Oceania com 8,8% e a África com 0,9%.

Para o Brasil os dados foram 2.143 Kt ou 10.2 Kg per capita, com base num “Reporte de Sustentabilidad Bienal 2011-2012”.

Aí começam as dúvidas sobre os dados apresentados. Até que ponto são expectativas ou são fatos?

De onde vieram os dados

Usaram para o Brasil o “Reporte de Sustentabilidad Bienal 2011-2012” sem a referencia de quem produziu.  

Outra preocupação é que a base de dados era de 2011-2012.

Outra coisa que chama a atenção foi o método usado no estudo.

Método usado

O método consiste em encontrar o total de equipamentos elétricos eletrônicos colocados no mercado (EEE POM).  Sobre este número apontar uma expectativa de vida útil e previsão de descarte. Isto pressupõe um controle fiel da produção dos equipamentos e uma expectativa de vida também real.

Para o modelo dar um resultado real os dados do EEE POM devem ser precisos.

Controle

Olhe para o Brasil. Não é possível ser taxativo ao dizer que o governo consegue apontar exatamente os equipamentos eletroeletrônicos colocados no mercado. Há um fluxo destes equipamentos marginal ao controle do fisco estatal.

Não é possível afirmar que as pessoas estavam com as mesmas expectativas de trocas consideradas no estudo.

Dúvida

Talvez por ausência de dados que a África tenha ficado em último e a Europa que apresenta um controle mais rígido, tenha ficado em primeiro. Ainda tem a ressalva das ditaduras, cujo forte não é revelar a realidade de seus países.

É muito ou é pouco?

Posto estas considerações, fica aqui a preocupação: 10,2 por habitante anualmente é muito ou pouco? Se a régua fosse a minha casa, eu diria que é muito. Se a régua fosse a sua casa, o que me diria?

Rogel Martins Barbosa, doutor em direito dos resíduos, palestrante, escritor de diversas obras, dentre as quais Filosofia do Lixo – Ensaio para compreensão da nossa sujeira. Editor do Resíduos Meio Ambiente e Estado e Professor da Escola de Resíduos.

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